terça-feira, 29 de setembro de 2015

Liga Sagres - Moreirense vs Porto


Começa a ficar complicado compreender as oscilações deste nosso Porto, especialmente em jogos fora de portas. É igualmente preocupante conseguir descortinar como pode ser tão complicado, para uma equipa com tão bons intérpretes, passar 45 minutos a depender de livres e dum chutão para a frente (que Osvaldo dominou de forma impossível), para criar perigo para a baliza dum adversário fraco. Fraco, não. Fraquíssimo.

E não, não é da escolha dos intervenientes. Temos um plantel com capacidade para fazer 3 ou 4 "onzes" diferentes, colocar ainda jogadores da equipa B, e ainda assim ser capazes de ganhar a 90% das equipas do nosso fraco campeonato. Assumamos isso duma vez por todas. 

Ora, esta gritante incapacidade de gerar perigo contra equipas deste calibre e, pior, de gerir uma vantagem contra uma equipa que apresenta tão poucos argumentos, tem de ser motivo para alarme. Neste momento, a equipa do Porto não oferece segurança, garantias, em nenhum jogo, porque nunca sabemos que face vamos ter.

Pior do que isto tudo, só a ironia de termos concedido pelo menos 2 ocasiões claríssimas de golo (que, efectivamente deram golo) e criado quase o mesmo número de ocasiões claras, tendo 70% e uns trocos de posse de bola. O que é que andamos a fazer á puta da bola durante tanto puto de tanto tempo, pá???

Assim, senhores, não vamos lá. Porque os Campeonatos ganham-se contra os Moreirenses e Boavistas desta vida (em casa e, principalmente fora).

(+) Positivo 

Osvaldo - Na primeira oportunidade como titular, demonstrou que é um jogador de qualidade. Bem na forma como recebe, segura, e solta a bola, quase sempre com critério, quase sempre com belas execuções técnicas. Quase conseguiu transformar um estapafúrdio "passe" longo num belíssimo golo, mas foi pelo que ofereceu aos colegas que se destacou. Como não me acredito que um avançado viva exclusivamente de golos, penso que podemos estar tranquilos quanto à substituição de Aboubakar, quando tal seja necessário.


1º golo do Moreirense - O maior atestado de "incompetência" à irritante previsibilidade do nosso jogo. Bastou aos cónegos uma simples tabela, com 2 jogadores contra 3 ou 4 do Porto, para conseguirem uma situação de 1x0, daquelas de golo fácil. Tabelar, utilizando o corredor central. Terão Miguel Leal e Iuri Medeiros descoberto a pólvora? Não, não. é tão simples, tão básico, que até a merda do Moreirense consegue marcar um golo num lance destes. Nós... Lá chegaremos, quando decidirmos que andar a virar flanco a cada 2 toques é capaz de não criar grandes vantagens em lado algum.

Combatividade e Risco - Tenho lido por aí críticas ao empenho dos nossos jogadores e, francamente, não consigo compreender essa corrente de pensamento. Não me pareceu, em momento algum, que tenha sido por falta de empenho que as vantagens se esfumaram. Houve alturas em que a equipa sufucou, apertou, correu, tentou, arriscou, e acabou por ser premiada com um golo. Pena que a capacidade de "pensar" (por falta de oxigénio em muitas cabeças ou por ordens de Lopetegui?) se tenha esfumado neste período e tenha faltado nos últimos 10 minutos. E aqui, há que dizê-lo, Lopetegui esteve bem, arriscando tudo o que podia, dando ainda assim algum fio lógico às opções. E foi a colocação de Corona entre-linhas que foi decisiva para o golo. E foi também o único período em que Corona fez algo de positivo no jogo. E porquê? Porque quando a bola caía na zona central do terreno (aquela puta daquela zona que Lopetegui parece querer riscar do jogo, porque jogar com toda a gente bem colada à linha é que é fixe), Corona estava invariavelmente sozinho, e com Aboubakar e Osvaldo a confundir marcações, laterais a dar apoios interiores e extremos mais abertos, o mexicano tinha bastante tempo para chamar a si algum adversário e colocar num colega melhor posicionado. E foi aqui que se construíram as melhores situações de ataque, porque todas elas ficaram próximas de nos proporcionar finalizações mais fáceis (como as duas de Corona, em que uma deu golo). E agora fica a questão: porque ca-ra-lho não jogamos mais vezes pelo corredor central? Será que Lopetegui percebe as coisas boas que isso traz, quando é ele próprio a colocá-las em prática no decorrer do jogo? Ou será tudo isto aleatório e afinal o objectivo era jogarmos sempre pelas alas?


(-) Negativo 

As variações de flanco de Maicon - "Têm que acabar. É irritante, frustrante, desesperante. Perdas de bola (e posse) com estas brincadeiras. ATENÇÃO, não é por manter a posse ou deixar de a manter. Eu sou adepto da máxima "está apertado, joga pra fora". Bola para fora do estádio se for preciso. Agora, eu tive oportunidade de rever o jogo e contei 9 (!!!!) momentos em que Maicon se vê com bola, TEM várias possibilidades de passe curto perto de si, e decide agredir a bola em direcção a Brahimi que muitas vezes não as consegue receber nas melhores condições porque "surprise surprise" não é fácil receber um pedaço de betão a 500 km/h com os pés. Irrita os adeptos, enerva os jogadores, estraga ataques. Não tem sentido para mim." -  foram as palavras do v.a.s.c.o.  na última crónica. Qualquer semelhança, é pura coincidência...

Corona na 1ª parte - Zero. Pior do que Varela nos piores dias à Varela.

Podemos jogar sem balizas - Na 1ª parte, tirando uma paragem cerebral de Marcano logo aos 30 segundos, um livre de Maicon e um remate de Osvaldo, foi um festival de passes. Uau. Passe para aqui e para ali. Espectáculo. Bola está na esquerda, tenta-se combinação entre 3 jogadores, se não der volta para o central, reza-se para que Maicon não a espete logo num míssil na direcção de alguém e bola no outro flanco. Bola na direita, tenta-se combinação entre 3 jogadores, se não der volta para o central, reza-se para que Maicon não a espete logo num míssil na direcção de alguém e bola no outro flanco. Isto em loop, durante 45 longos e easperantes minutos. Ah, fosse isto o jogo dos 10 passes e ao intervalo já goleávamos caralho...

Últimos 10 minutos - Passamos 80 minutos a manter o adversário afastado da nossa área, salvo uma ecepcção, controlando o jogo sempre no meio-campo ofensivo. Finalmente marcámos um golo e reorganizamos posições. E depois? Segurar a bola, para impedir que aquela equipa de coxos consiga sequer sonhar em chegar à nossa baliza? Nããã... Começa um disparate de tremedeira, de chutão sem nexo, de descontrolo, em que acabámos encostados às cordas por uma das piores equipas da Liga Sagres. Absolutamente ridículo e, não me fodam, culpo Lopetegui por este descontrolo. 

E feedback positivo? - Comecei por gostar da atitude enérgica de Lopetegui. Gosto de um treinador ali no meio-termo entre a calma de Jesualdo e a energia do Traidor Ruivinho do Zenit. Neste momento, Lopetegui é uma caricatura no banco. Tudo é passado aos berros, tudo funciona aos berros, tudo trabalha a "hostias" e "putas madres" e, sinceramente, não penso que isso esteja a funcionar. Uma vez por outra não seria mau ver ali um claro feedback positivo. Seria sinal de que, espantem-se, os jogadores estão mesmo a entender aquilo que o treinador quer. E numa grande maioria das vezes, não é essa a ideia que passa no meio de tanta berraria. 

As desculpas - A relva estava alta, o árbitro não marcou falta, o adversário foi eficaz, tivemos azar, atacamos como uns malucos, a bola era redonda, o estádio era pequeno, fazia um frio do caralho, estava muito abafado, os outros tinham todos duas pernas, a bola era oval... yada, yada, yada... Desculpas, desculpas, desculpas. E no fim, 1 pontareco, contra o colossal Moreirense.




No fim disto tudo, o Sporting empata, o Benfica "esmaga" num jogo absolutamente deslumbrante de futebol e continuamos em 1º. Pelo menos, até ao próximo jogo fora. Aí... pode cair para qualquer lado. 

Sim, é esta a confiança que sinto na nossa equipa neste momento.

Venha o Chelsea, que ao menos é em casa (e, vi-o este fim-de-semana com os próprios olhos, não joga a real ponta dum real corno)!


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Porto vs Benfica

Jogo grande com o Benfica à 5ª jornada (normalmente) não decide nada. Mas este era de elevadíssimo grau de importância. Dois anos sem ganhar ao Benfica é estranho para nós e Lopetegui matou o borrego auxiliado por André André. E não houve desculpas. Nem o facto do adversário ter mais um dia de descanso. Nem o facto de termos feito duas viagens à Ucrânia. De não termos treinado quinta-feira. Nada. Embalados por um Dragão com um ambiente incrível (ainda que algo nervoso) que cantou durante 86 minutos até que explodiu numa verdadeira catarse trazida por aquele caxineiro raçudo que com a sua história familiar e futebolística nos faz ficar ainda mais encantados com ele.  

A cara do Maxi aqui <3
Um Benfica que se apresentou pequenino apenas fazendo cócegas na primeira parte e de bola parada. Valeu San Iker que com duas defesas fabulosas impediu que os encarnados se adiantassem no marcador. O Porto entrou (demasiado?) expectante e procurou sempre equilibrar as marcações, dando especial destaque (claro está) a Gaitan. A segunda-parte foi de sentido único e apesar da cabeçada ao poste de Aboubakar logo no minuto 47', não existiram oportunidade flagrantes. Houve sim um caudal ofensivo tal que só me lembro do Benfica ter chegado à nossa área uma vez em toda a segunda-parte. Foram três pontos preciosos. Por ganhar a um rival, por voltar a equilibrar duelos directos com "eles", para dar força a Lopetegui e a um plantel novo que lhe chegou às mãos e claro... PARA VER SE A MALTA PIPOQUEIRA SE CALA UM BOCADINHO COM O HOMEM. Tá bom? Vamos a destaques. 

(+) Positivo 

André André - Tal como Óbelix caiu no caldo da poção mágica, certamente que o carequinha caiu no pote do Red Bull quando era pequeno. Pois de outra forma não faz sentido a brutalidade de quilómetros percorridos por ele. É claramente um dos homens de confiança de Lopetegui que vê nele uma espécie de Oliver 2.0. Raça, pulmão, rapidez de execução, e uma capacidade de estar em todo o lado que me leva a questionar se não terá ligações com o "BIG MAN" lá de cima. Talvez seja importante realçar também que o melhor jogador (neste momento) do plantel foi um dos mais baratos.

Casillas - O Iker está se a tornar rapidamente num dos meus favoritos do plantel. Para quem (ainda) é um dos melhores guarda-redes de sempre, com troféus atrás de troféus, celebrar o golo como ele celebrou, mostra que não está cá só para envelhecer em paz. Parece ter recuperado o sorriso, mas também faz por isso. Duas defesas incríveis na primeira-parte demonstram que é um guarda-redes que ganha jogos. E a fotografia abraçado a Hélton é top!

A 3ª substituição - Eu próprio me fiquei a coçar como um carocho a precisar da sua dose diária quando percebi que Lopetegui ia tirar Aboubakar para lançar Osvaldo. Com o estádio inteiro a mandar vir (completamente desnecessário) e até um lencinho branco. Se tiverem oportunidade revejam o jogo desde que Osvaldo entrou e vejam como o Benfica estava a marcar, como Aboubakar já estava todo roto e como, pasmem-se, o golo nasce da movimentação de Osvaldo! Que com as marcações individuais feitas pelo Benfica, vem receber uma bola a meio-campo e traz consigo Jardel. Abrindo atrás de si uma auto estrada muito bem explorada por Brahimi, Varela e André André. Sorte? Coincidência? Premonição? Who cares... Resultou em pleno.

As "outras" - Varela por Corona e Danilo por Ruben Neves. Corona passou completamente ao lado do jogo. E o Varela veio dar alguma inteligência à frente de ataque pela forma como se movimenta. Não teve medo de ter iniciativa ainda que muitas vezes dá a sensação que recebe bolas em cima de uma segway com problemas mecânicos. Tocam nele e perdem-se. Já Danilo veio acima de tudo estancar aquela zona. E a partir desse momento o Benfica deixou de ganhar qualquer bola no nosso meio-campo. Ruben não fez um grande jogo (que pediu mais luta e menos classe) e aquele período de jogo pedia acima de tudo clarividência e pernas frescas.

(-) Negativo 

As variações de flanco de Maicon - Têm que acabar. É irritante, frustrante, desesperante. Perdas de bola (e posse) com estas brincadeiras. ATENÇÃO, não é por manter a posse ou deixar de a manter. Eu sou adepto da máxima "está apertado, joga pra fora". Bola para fora do estádio se for preciso. Agora, eu tive oportunidade de rever o jogo e contei 9 (!!!!) momentos em que Maicon se vê com bola, TEM várias possibilidades de passe curto perto de si, e decide agredir a bola em direcção a Brahimi que muitas vezes não as consegue receber nas melhores condições porque "surprise surprise" não é fácil receber um pedaço de betão a 500 km/h com os pés. Irrita os adeptos, enerva os jogadores, estraga ataques. Não tem sentido para mim.

O anti-jogo do Benfica - Tão pequeninos. Deixar bolas em campo para atrasar lançamentos... Uau. Sem stress Rui Vitória, mas o Estoril jogou muito mais no Dragão que vocês. But hey... you do your thing.

Artur Soares Dias - Se este é um dos nossos melhores árbitros... Estamos muito mal mesmo. Dualidade gritante de critérios nos cartões. Nélson Semedo e André Almeida deram tudo para ir tomar banho mais cedo. Eliseu falou como quis com o árbitro. E complacente com o anti-jogo do Benfica que começou bem cedo. Ridículo.



Nota: A ver se o tempo me deixa um dia destes mandar bitaites tácticos ao que tem sido a época até agora, principalmente porque ainda não estou convencido com aquele 4x4x2 do Julen. Até breve meu chapas!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Champions - Dinamo Kiev vs Porto


Dois pontos perdidos. Não tenhamos ilusões, foram dois pontos perdidos, num jogo onde decidimos participar praticamente a partir do intervalo.

Quando o relógio caminhava para os 5 minutos finais, pensava que esta primeira "reviravolta" no reinado de Lope à frente do nosso Porto surgia na melhor altura: após um jogo não muito conseguido, mas a coroar uma 2ª parte de claro ascendente e de melhoria no jogo, e a anteceder um clássico importante, contra um Benfica que nos anda atravessado na garganta. E de repente, com uma facilidade assombrosa, sucessões de erros infantis deitaram a perder pelo menos 2 pontos que seriam preciosos.

Poderemos pensar que esta é a 1ª jornada, que o jogo foi fora e num terreno onde até é comum passarmos por dificuldades, mas oportunidades destas não se podem perder. Não, contra um adversário tão mediano.

E antes das notas, a questão: era preciso haver balizas durante a 1ª parte?


(+) Positivo


Layún - Como não tive oportunidade de ver o jogo em Arouca, foi esta a primeira impressão que me deixou o mexicano. E foi uma boa impressão. Nota-se que o pé esquerdo é "ceguinho", e isso poderia ser um handicap importante, mas em quase todas as acções, Layún provou que não é bem assim. E aquele cruzamento açucarado para Aboubakar demonstrou-o bem. Ainda assim, não fica isento de culpas no lance do 1º golo dos ucranianos. Parece-me bastante melhor do que Ángel e, até ver, superior à sombra de Cissokho que, para já, paira sobre o nosso lado esquerdo.

Aboubakar - Eficácia monstruosa, num jogo em que lutou como um touro para conseguir servir de apoio para os colegas e, ainda conseguiu arranjar fôlego para ir finalizar. Aboubakar parece conseguir finalizar de todas as formas, seja de longe, de cabeça, de pé direito ou esquerdo. Ontem, foi fantástico! MVP para mim.

André André - Sai uma chapada de luva branca para o Sr. Z faxabôr. Torci o nariz, continuei de nariz torcido, e agora vou deixar-me de merdas. André André é uma fantástica adição ao nosso 11. Incansável em transição defensiva, lendo quase sempre bem os timings de pressão e absolutamente omnipresente em termos ofensivos. Falta-lhe aquele "bocadinho" na velocidade de tomada de decisão, e nota-se que alterna o Bom com o Assim-Assim em termos de recepção e de passe em algumas situações, Ainda assim, não fosse o jogaço de Aboubakar, e merceria o "prémio" de melhor jogador.





(-) Negativo

Ter a bola porque sim - Foi a nossa 1ª parte. Foi uma táctica montada para ter a bola e... continuar com a bola e... pelo sim, pelo não, mantê-la mais um pouco. E nem isso foi conseguido. Foram 5 médios (sim, porque Brahimi era um médio, nunca um avançado interior), em que ninguém sabia muito bem que papel estava a desempenhar. Danilo estava mais perdido do que nunca. Herrera perdido como sempre. Rúben a procurar ter espaço para estar como melhor sabe estar, sozinho, a 6, na construção, e André André em todo o lado. Brahimi, claro está, perdido na sua teia de fixar 2, 3, 4 adversários, aguardando por colegas que, quase sempre estavam a léguas de distância. Mas nem foi pela parte ofensiva que a coisa foi má, não. Foi na altura de a recuperar que tudo veio ao de cima, com particular incidência no 1º golo sofrido. Se não temos capacidade de recuperar a bola, não a vamos ter. Se quando a temos, há 5 gajos talhados para a retenção, não saímos da mesma zona. Um carrossel infindável de... nada. Bola para o lado, bola para trás, zero de jogo interior, uma mão cheia de nada de tentativas duma puta duma simples tabela. Durante a primeira parte, tirando o golo de Aboubakar, o Dínamo bem podia ter abdicado de jogar com guarda-redes. Zero jogo ofensivo durante 45 minutos, contra uma equipa dum calibre mediano. Muito pouco, muito fraco, na minha opinião.

Os golos sofridos - Como não possuo canais para visualizar jogos de futebol a sério, vou-me entretendo com os jogos dos miúdos no Porto Canal, ou até nos canais do Barça, do Real ou do Manchester. E os golos sofridos ontem, fizeram-me lembrar as equipas de sub-17 do Hospitalet, que tem o enorme azar de pertencer à Catalunha e, portanto, calhar obrigatoriamente na série do Barcelona, contra quem, aos 15 minutos invariavelmente já perde por 5-0. Foi assim, como os sub-17 do Hospitalet, que a nossa equipa abordou colectivamente o 1º golo do Dinamo, e foi também com uma irritante apatia, que não se congelou a puta da bola durante os 10 minutos que restavam após o 1-2. Anjinhos. Fomos uns anjinhos. A este nível, não pode ocorrer.

Casillas e quem estava na área no 2º golo - Estava um gajo em posição ilegal que tapava a visão e dep.... Foda-se! Casillas teve tempo de tomar um café, fumar um cigarro, e agarrar aquela bola antes sequer do gajo perceber o que tinha acontecido. E como catalogar aquela reacção a brotar vivacidade dos restantes 8, 9 elementos que estavam dentro da área? WOW! 8 ou 9 tartarugas pernetas teriam conseguido limpar aquela bola em 3 tempos.


Fim do jogo e lá vem a conversa do "golo ilegal" que os outros marcaram, porque são todos muito maus e querem fazer-nos muitas maldades. Onde é que já ouvi esta conversa antes? Já sei, em 3/4 da época passada, e tanto lamento (ainda que justificadíssimo), não nos trouxe grandes taças ou troféus.

É muito simples: não inventar tácticas com 11 médios, atacar a baliza, e ganhar porque os nossos jogadores são consideravelmente melhores do que 85% dos possíveis adversários desta época. E assim, ficamos a salvo dos "golos ilegais". E atacar a baliza adversária.

Aliás, queria muito evitar falar de "azar", de "muito controlo de jogo" e lamentar "golos ilegais" na próxima crónica que aqui escrever. E queria muito, mesmo muito, atacar a baliza adversária (não sei se já disse).

Outros dados interessantes da jornada europeia:

- Vitor Pereira, esse Rei Midas do futebol internacional, futuro conselheiro de Pep Guardiola, continua a singrar por esse Mundo fora. By the mouth, dies the fish, como diria o outro...

- O Mestre da Táctica, que ao que parece agora já é um jabardolas da pior espécie (quando antes era um ser humano 5 estrelas), é o melhor treinador do...da...de... É... o mais... Pois... Não...

- Há estúpidos a marcar golos do meio-campo ao Barcelona;

Segue-se uma interrupção para os lados da Galiza, com as magníficas Rías Baixas ao pé, tentando absorver dos magníficos Balaídos alguma inspiração (he he he), em jeito de estágio para Domingo.

Encontramo-nos por lá!


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Liga Sagres - Porto vs Estoril



Mau, péssimo, terrível jogo do F.C.Porto, onde pouco mais se salvou do que os 3 pontos. Jogo atabalhoado, carregado de péssimas execuções técnicas e de igualmente péssimos comportamentos tácticos, que me deixam um pouco de pé atrás face ao crescimento que pareceu haver no final da pré-temporada/1ª jornada do campeonato.

E para isso, muito contribuiu Lopetegui, que a partir da parte final da época passada me começou a deixar um pouco desanimado, pela insistência em algumas decisões que só na sua cabeça parecem surtir efeito.

Ora, neste jogo, a alteração táctica tão pedida pela massa adepta surgiu; uma inversão do triângulo do meio-campo, deixando Danilo e Imbula com funções de médios de transição, e Brahimi com maior liberdade para jogar entre linhas, ao fim e ao cabo mais próximo dos locais onde pode criar perigo. Devo desde já dizer que, ao contrário do que muitos apregoam, não estou de acordo que a disposição táctica seja o nosso grande problema; o busílis da questão está, sobretudo, nas péssimas dinâmicas colectivas, que emperram o modelo, e na fraca qualidade técnica de alguns dos intervenientes. Se a isso somarmos exibições desastradas de alguns jogadores, e uma incompreensível quebra física geral por volta dos 70 minutos de jogo, e temos tudo para que o jogo corra mal.

Ora, neste 4-2-3-1, o grande problema não foi a disposição das pedras (tal como o 4-3-3 não o havia sido na Madeira), mas sim a forma como se moviam, especialmente sem bola.

Danilo e Imbula, por exemplo, atropelaram-se por diversas vezes durante o jogo (quer em 4-2-3-1, quer em 4-3-3), e a forma como a transição defensiva funcionou para os dois foi absolutamente desastrosa. Obviamente que o inacreditável espaço entre a linha avançada e a linha média não ajudou absolutamente nada. Invariavelmente, a equipa do Estoril trabalhava a bola num dos flancos, e invariavelmente Danilo e Imbula iam na cantiga, aparecendo quase sempre 2x1 no flanco contrário, com a bola a ser confortavelmente conduzida pelo corredor central. E safou-nos o facto do melhor jogador do Estoril em termos técnicos (Bruno César) parecer um texugo, para que não houvesse estragos mais sérios durante os primeiros 60/65 minutos.

Em transição ofensiva, e na saída de bola, sempre um espaço enorme entre o portador e os colegas, que quase sempre procuravam dar linha de passe encostados à linha, aparecendo só Brahimi e, a espaços, Aboubakar, para dar apoio no corredor central. Ora, se a bola caía em Brahimi, por exemplo, este tinha sempre de temporizaaaaaaaaaar, ir retirando adversários da frente e aguardar (em vão) pelo aparecimento dos extremos em ruptura, ou até mesmo dos médios, que pareciam amarrados um ao outro e confinados a 10/15 metros de terreno.

Ok, pode parecer picuínhas estar a fazer este tipo de análise, mas a verdade é que na primeira vez que conseguimos criar um movimento em que a bola caiu no corredor central depois de se fixar um pouco o lado esquerdo da defesa do Estoril, deu golo, e deu um golo fácil. Facílimo! E ao fim e ao cabo, o futebol é muito isso; criar uma vantagem para que quem finaliza tenha 99% de probabilidades de marcar. Ocasionalmente, enfiar um petardo a 40m da baliza (nada contra!), ou esperar pelo milagre dum golo de livre ou, Deus nos livre, de canto, mas sempre que possível deixar alguém na zona central com uma finalização fácil.

Como tal, o único lance de real perigo da primeira parte, e possivelmente do jogo todo, serve precisamente para explicar como deve funcionar qualquer modelo táctico, e traz-nos a verdadeira razão para termos feito as exibições de merda que fizemos nas duas últimas jornadas. Em casa, com o Estoril, que já a temporada tinha iniciado para metade das equipas e nem sabia muito bem quem seria o treinador, concedemos mais jogadas de real perigo do que as que criámos. E isto vai resultar uma ou duas vezes, mas nao resultará muitas mais, acreditem.

Andiemo para les notis (como dizem os italianos)

(+) Positivo


Brahimi - Brahimi não se "agarra" demasiado à bola porque gosta muito de driblar 500 jogadores. Brahimi agarra-se à bola porque o lateral do seu lado (neste jogo, pelo menos) tem a velocidade duma orca paralítica e a aptência ofensiva duma formiga com esclerose; porque os médios estão lá atrás, encostadinhos aos centrais, e porque os dois extremos paraciam a versão Merdas do Rei Midas, tamanha a quantidade de jogadas promissoras que transformaram em cagalhotos. Brahimi é, neste momento (a par de Evandro, ou Rúben Neves que... não jogam) dos poucos jogadores do Porto capaz de receber e rodar sem ter de dar 5 passos para trás. Dos poucos capazes de fixar jogadores e soltar em colegas melhor posicionados. Capaz de jogar sem bola e dar linhas interiores de passe. O único! Nem Danilo, nem Imbula, nem Herrera (nem que nasça 300 vezes), nem André André... Nada! Dantes, ainda havia Óliver. Agora... 

Maxi Pereira - Não, não está aqui porque é muito raçudo e porque corre muito. Tudo isso já sabemos que faz, e faz bem. E não é nhnum portento de técnica, muito menos de táctica. Cumpre, sim, mas também causa calafrios. Mas está na génese do primeiro golo. Porque ousou subir no terreno e, vendo a desmarcação de Brahimi pelo corredor central, meteu-lhe a bola no FILHO DA PUTA DO SÍTIO CERTO. Nem 2 metros à frente, nem 2 metros atrás ou ao lado. Deu golo. 

Osvaldo - Se no jogo anterior poderia ter visto vermelho na primeira acção que protagonizou no jogo, deixando laivos de Quaresmice no ar, desta feita entrou com outra disposição. E, Aboubakar me perdoe, mostrou mais e melhor em 10 minutos do que Aboubakar no resto do jogo. Tudo porque foi capaz de jogar de primeira em duas situações, criando avenidas de espaço para dois colegas (Tello e Herrera). Em 10 minutos, é certo que com o jogo já partido, teve um remate perigoso à meia-volta e esteve nos 3 ou 4 lances que criaram situações de 4x4 que Herrera ou Tello destruíram.


Estoril - Muito bem tacticamente durante o jogo quase todo. Gosto deste tipo de treinador que joga para discutir o jogo em qualquer campo. Foi bom ver uma equipa a jogar algum futebol nesta tarde de Sábado. Pena não terem sido os de azul-e-branco.


(-) Negativo

Herrera - Não é perseguição, acreditem. 4 jogadas de 4x4 perdidas, com péssimas decisões do mexicano. No golo mal anulado, demora uma eternidade a definir e acaba por atirar contra as pernas do defesa. Um bom domínio de bola, um passe simples bem feito... Sei lá, qualquer coisa! Só pedia isto... 

O duplo pivot - Estático, mal posicionado, jogadores a ocupar a mesma posição... Há ali muito trabalho pela frente e, principalmente, é preciso dar asas a Imbula. O médio francês deixa sempre boas indicações, porque recebe, roda e ultrapassa pernas de adversários com uma facilidade incrível. O problema é que depois parece que do banco recebe choques eléctricos por ter ousado criar uma vantagem na zona central e lá sai o passe lateral do costume. Ah, e Danilo, forte, possante, bom moço e tudo... Não consegue fazer um passe curto em que não pareça estar a ter uma crise convulsiva. Graças a Deus, faz poucos passes longos.

Indi na lateral - Sinceramente, não compreendi, e estou um bocado fodido - pardon my french - com esta palhaçada. Indi é central, e poderá ser lateral se todos os laterais esquerdos das equipas A e B falecerem. Mesmo assim, haverá algum nos juniores ou juvenis para fazer o lugar. Já não se usa laterais assim no futebol moderno, muito menos no F.C.Porto, muito menos em casa, muito menos contra o Estoril. Para que veio Ángel? Para que veio Cissokho? Num modelo que pede imenso jogo ofensivo aos laterais, principalmente ao lateral esquerdo, que precisa de dar mais profundidade aproveitando o jogo interior de Brahimi, coloca-se o mais lento, mais defensivo das nossas possibilidades. Atenção, não estou a colocar em causa Indi, mas sim a opção tomada.

Lopetegui - Se ganhássemos jogos pelas ideias de jogo, seria espectacular. Parece-me mesmo que a ideia de jogo de Lopetegui terá coisas fantásticas. E no ano passado, essa ideia de jogo funcionou bem muitas vezes (embora, por vezes, tenha funcionado de forma péssima). Depois de algum crescimento nos jogos de pré-época, sinto que demos dois passos atrás. E passo a explicar. Se Imbula estava tão preso, era porque de cada vez que ousava avançar e não era devidamente compensado por Danilo, levava reprimenda. Porque razão aparecem os extremos constantemente colados à linha, com zero movimentos de ruptura? Porque razão não há mais do que tentativas esporádicas para jogar por dentro, quando quase sempre isso dá golo? São os jogadores que não gostam? Ou será ordem de Lope? Porque razão não jogam os nossos melhores médios, Rúben e Evandro? Porque razão temos dois laterais esquerdos que não foram vendidos ou emprestados, mas que são (ao que parece), piores do que Indi? Porque razão jogamos com um lateral defensivo quando o nosso modelo (seja em 4-2-3-1, seja em 4-3-3, pede laterais ofensivos?

Eu gosto de Lopetegui, gosto que tenha as suas ideias e que tenha trazido uma lufada de ar fresco ao nosso futebol depois dum ano miserável como o de Paulo Fonseca. Mas começo a perder um pouco a paciência com estas pequenas coisas. Pequenas coisas que fazem a diferença. Detalhes que ganham títulos. E foda-se, tenhamos coragem para assumir que somos o principal candidato ao título, sem que isso tenha de fazer parte duma qualquer conspiração dos media para nos pressionar. Pressão? Mas somos Homens ou somos Catraios pá? Que merda é esta!

#tudonossonadadeles #vamosportocaralho #semigual

Tudo muito bonito, tudo espectacular. Mas numa época em que o principal rival está mais fraco, e o outro rival demora algum tempo a começar a carburar, não me interessa andar aqui a falar de #colinhos e de equipas novas, de que é preciso tempo, etc, etc.

As coisas são como são, há que tê-los bem no sítio e que ser competente para ganhar troféus.

Para mim, este ano, é #SEMDESCULPAS.

Lope, é sem desculpas caralho!

Oupa!


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Liga Sagres - Porto vs Vitória S.C.

Finalmente!


Finalmente a bola rolou a sério no impecável relvado do "nosso" Dragão, e os artistas tiveram a palavra. Finalmente terminou este "defeso" empolgante, histérico, absurdo, estranho, fantástico que, como é habitual, deixou a massa adepta portista dividida em dois grupos: os eternos "velhos do Restelo", de súbito transformados em grandes sumidades das áreas da Economia e do Alto Rendimento em Futebol, críticos de todo e qualquer investimento por nós feito, e de toda e qualquer venda por nós somada, teimando em querer terminar à força o ciclo pejado de vitórias de Pinto da Costa e Antero Henriques; do outro lado, a facção mais entusiasta, para quem o campeonato já se tornou numa formalidade, tamanha a qualidade suprema que temos à disposição. 
Como nunca fui fã de extremismos, e não morro de amores pelo 8 ou pelo 80 (talvez por sempre ter tido dificuldades em escrever o 8 à mão), a minha pre-época foi passada a rir à gargalhada com a quantidade avassaladora de idiotices que se foi escrevendo por aí, tanto em posts como em comentários. No fundo, consigo compreender. Há fome de títulos e, quando tal acontece, a lucidez esfuma-se e as hormonas entram em polvorosa.

A época começou mal para os meus lados. Por motivos familiares, acabei por dar entrada no Estádio com o jogo a decorrer - coisa que terá acontecido uma vez em toda a minha vida, e foi por culpa do meu avô que tinha deixado os cartões de sócio em casa - e foi por pura sorte que vi, de joelhos no chão para não ser chacinado pela fila que tentava atravessar, o primeiro golo desta época.

O jogo transmitiu-me boas sensações, tal como alguns dos jogos da pre-época o fizeram, na medida em que me pareceu haver uma tentativa da parte de Lopetegui para corrigir alguns dos problemas que afectaram alguns dos nossos jogos na época transacta. Mais jogo interior, ainda que o uso das alas continue a ser o caminho preferido para os desequilíbrios; os nossos 8 a aparecerem com mais regularidade em zonas de finalização e entre linhas; uma melhor reacção á perda da bola e de forma mais organizada (embora não tão compacta como acho que poderia e deveria ser); trabalho de casa nas bolas paradas ofensivas; redução das oportunidades clarasde golo do adversário a 0; faltas tácticas em catadupa sempre que alguém da formação contrária ousava sequer pensar em criar um desequilibrio. 

Foi o primeiro jogo da época, contra um adversário que - sejamos honestos - procura ainda descobrir uma identidade (ou não tivesse sido goleado há pouco tempo, em casa, por uma equipa pouco mais do que fraca), mas as sensações foram boas. Nesta fase, mais importante do que produzir ópera, é ir ganhando, porque um início de temporada construido sobre vitórias pode ser muito mais importante do que deslumbrar em todos os jogos.

É também bom que os rapazes vão ganhando mas que não embandeirem em arco. Que Imbula perceba que tem imenso por onde melhorar, que Danilo comece a perceber melhor os posicionamentos defensivos, que Aboubakar continue a trabalhar como um touro, que Maxi e Varela continuem a emprestar eperiência à equipa e que alguém espete 4 tabefes no Herrera sempre que ele fizer asneiras.

(+) Positivo


A importância de ter um GR que saiba jogar com os pés - Uma afirmação válida para Casillas ou para Helton (não conheço tão bem Gudiño). Se repararem com atenção, o nosso início de construção modificou imenso do início do ano passado para o início deste ano. Centrais abertos com o jogador 6 a baixar, e os laterais bem subidos. Obviamente, tal não será alheio ao facto de termos na baliza dois GR que funcionam muito bem como líberos. É na velocidade com que a bola sai daquela zona, e se ultrapassa a primeira fase de pressão adversária que se nota uma grande melhoria em relação ao ano passado. Ah e, foda-se, era o Casillas na nossa baliza. O Casillas!! Foda-se!

Maxi Pereira/Varela - Vou agora dizer algo que poderá ser muuuuito polémico: ter uma ala direita formada por Maxi e Varela dá-me mais conforto do que se fosse formada por Danilo e Quaresma. E o tempo, estou certo, dar-me-à razão. E porquê? Danilo é um excelente jogador e Quaresma um excelente artista. Tacticamente, o primeiro tinha de passar o jogo todo ao "sabor" das pinceladas do outro. Varela e Maxi têm um grande defeito, que é ao mesmo tempo uma qualidade. São limitados, mas sabem-no melhor do que ninguém. Como tal, colectivamente, dão um equilibrio muito maior ao jogo do Porto. Quando Varela começar a escorregar a cada drible que tentar fazer, e quando Maxi levar o seu inevitável cartão vermelho, decerto muitos irão pedir cabeças, chamar-lhes-âo velhos, dirão que um é lampião infiltrado e caceteiro e o outro estava bem era no Parma. Mas enquanto os temos ali, olhem com atenção. Vejam bem a forma como Varela fecha por dentro quando a bola está no outro corredor, e a forma como isso aproxima a equipa e nos deixa melhor colocados para recuperar a bola. Ou como Maxi apoia o ataque, quase sempre sem perdas de bola perigosas e com a intenção clara de dar apoios aos colegas. Vejam bem aquele último golo e digam se não concordam. Muito honestamente, que se foda de onde vêm um e outro. Se se baterem sempre assim pelo meu símbolo, tanto melhor.

Aboubakar - De repente, uma bofetada de luva branca mesmo no meio do meu focinho, que é para aprender a não ser impaciente. Num ápice, toda uma alteração no comportamento táctico e técnico deste rapaz, como se nos quisesse dar oe melhor de dois mundos: por um lado, a capacidade de jogar entre linhas, de receber, rodar, fixar e dar a bola a um colega (como naquela assistência primorosa desperdiçada estupidamente por Herrera); por outro lado, a força, o ímpeto, a aceleração, a capacidade de choque, e o violento remate. Sem entrar em grandes euforias, porque ainda me lembro da época em que Maazou marcou um hat-trick no primeiro jogo e assim ficou até... ao final da época, foi um assombro ver o bom do Bouba a jogar. Desejo que tal se mantenha, e que haja sempre paciência para os nossos avançados. Incluo também Osvaldo e André Silva neste pacote. Cada vez mais, no futebol moderno, um avançado é um jogador de equipa, que aparece mais vezes em zona de finalização, ao invés do "matador". Agora, não me venham com merdas: ele não tem 22 ou 23 anos. Nem eu, com quase 30, tenho tantas rugas pá...


(-) Negativo

Herrera - eu e o v.a.s.c.o. não gostamos do Herrera. Ponto final. Não é nada pessoal porém. Meramente uma constatação de factos. Herrera tem 4 pulmões e 3 pares de pernas. Herrera parece-me ser um gajo porreiro, que empresta a casa para churrascadas. Será capaz de fazer umas coisas interessantes de vez em quando, porque foda-se, ás vezes lá calha bem. Mas é, na minha perspectiva, um jogador perfeitamente banal. Porque decide muitas vezes mal, estragando um sem número de jogadas de potencial perigo, ou porque por vezes e incapaz de fazer um passe de 3 metros sem parecer que está a tentar agredir o pé do colega de equipa com a bola, mas principalmente porque NÃO SABE POSICIONAR-SE! Não sabe malta! Passa o tempo todo perdido, ora escondendo-se quando deveria dar linha de passe, ora pressionando o jogador errado e abrindo crateras na nossa transição defensiva. Se Herrera corre muito, também é verdade que corre mal. E nestas coisas dos desportos colectivos com bola, correr muito é tão espectacular como ter boa voz e trabalhar numa carpintaria. Essencialmente, deve correr-se bem, ocupar bem os espaços porque quem deve correr muito e, se possível, de forma veloz, deve ser a bola. Ainda assim, acreditem que aprecio o esforço do nosso atleta com menos tempo de descanso desde o final da época passada. Mas, falando a sério, não perderemos qualidade se o vendermos. 

Alex Sandro - antes que me batam, este (-) que aqui está, prende-se com duas razões essenciais: a primeira, fortíssima e totalmente lógica será, porque me apetece. Apetece-me. Ponto. A segunda é porque, ao fim de 3/4 épocas de Alex Sandro no Porto, já enjoa tanta puta de tanta vez que este soneca é "comido" nas costas por estar desatento. De resto, uma jóia de moço. Quando faz estas estupidezes, era colocà-lo a apanhar o sabonete à frente do Danilo, do Imbula e do Cissokho, a ver se ele não aprendia a estar atento ao espaço nas costas...

Idiotice do Público - estou a cagar-me para o que se possa dizer por aí: quem vai a um Estádio de futebol, para ver a sua equipa jogar, e ao fim de 10 minutos dedica uma monumental assobiadela a um jogador que já não é um portento de técnica e que praticamente está a fazer duas temporadas seguidas, por causa dum mau domínio, é idiota. É um perfeito e magnífico idiota. É gente estúpida, que não percebe bolha de desporto, que não faz ideia do que significa estar ali e errar. Não comprendo, nunca vou compreender, ou sequer aceitar, que se assobie um jogador da própria equipa. É mentalidade de gentinha. Comigo essa não cola. Não gosta, fica em casa. Finito!


Primeiro jogo, primeiros três pontos. Primeira jornada, primeiros casos graves de arbitragem. Graças a Deus, nenhum deles teve influência no decorrer das partidas em que ocorreram, Era o que mais faltava, depois de um ano de tanta isenção e de verdade desportiva, termos um campeonato manchado com erros de arbitragem grosseiros, sempre a favor dos mesmos. Deus nos livre. Irony Mode: Off. 

Para a semana, é preciso matar o borrego. É preciso chegar á Madeira e ganhar, ganhar, ganhar! Por meio a zero, não interessa. Se ganharmos, com tudo o que as idas ao arquipélago significaram na época passada, é uma vitória que vale bem mais do que 3 pontos. Se não ganharmos... Vai chover xóriças, como dizia a outra...


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Bitaites tácticos

Depois do clima de guerra-fria que por aí anda na Bluegosfera, depois de Osvaldo (bem-vindo) e de Cissokho (bem-vindo de novo), bitaites sobre o jogo jogado durante esta pré-época!

São apenas alguma considerações dos jogos transmitidos da pré-época (Borussia Monchengladbach, Schalke 04, Valência e Stoke City) que na minha opinião merecem destaque. E sim, aceito umas aulinhas de Paint.

Coisas Boas

4x2x3x1 - Apesar do medo imposto por Paulo Fonseca, a expressão "duplo pivot" é uma espécie de Voldemort para os lados do Dragão: "The one who shall not be named". Mas a ideia é boa e com os jogadores à disposição de Lopetegui é de aproveitar. Com transportadores como Imbula ou André André e um 6 mais fixo, a coisa parece ter (boas) pernas para andar. Parece-me que só funcionará com Bueno. Ou melhor, funcionará melhor com Bueno. Brahimi também poderá aparecer por ali, mas o espanhol é mais forte pela facilidade em chegar à área e pelo hábito de actuar como segundo avançado. O golo frente ao Stoke mostra que o "tamanho de anão" esbarra na movimentação sem bola que confundiu os centrais ingleses. Muito importante ter dinâmicas diferentes.

A saída de bola com 3 atrás - Parece ser um upgrade em relação à época passada. Sem trocar a bola dentro da nossa área com o guarda-redes a ir à queima. O jogador na posição 6 baixa para o meio dos centrais e estes alargam o campo. Isso permite que os médios não baixem tanto para pegar no jogo, nem que a bola entre sempre nos laterais tornando a nossa saída de bola muito previsível. Com a capacidade de passe longo de Ruben Neves, a bola poderá facilmente "queimar" linhas.


A liberdade dada a Brahimi - E só a Yacine. Livre como um cavalo selvagem. Há um tipo de jogo com ele, e outro sem ele. É lhe dada grande liberdade de movimentos. O Porto fica muitas vezes com 4 médios pelo centro do terreno. Se estamos em posse é o lateral do lado dele (normalmente será o esquerdo) que sobe bastante para dar largura e o Porto acaba por chegar ao ultimo terço do terreno com muita gente. Se estamos a iniciar construção, Brahimi arrasta marcadores directos e cria buracos na defensiva adversária, para além de oferecer mais linhas de passe aos centrais/médios que iniciam o jogo. Dinâmica interessante e para seguir esta época: Yacine Brahimi, a deambular livremente dentro da organização Portista.


Imbula - O senhor "20 Milhões" vai ter muita de gente a segui-lo e a lambuzar-se de raiva e inveja para o ver falhar. Mas este chavalinho promete deixar mossa. É dono de um conceito que já não vemos há uns anos: Um box-to-box com pés. Uma espécie de anti-Herrera. Parece-me que precisa de aprender algumas noções de posicionamento e de perceber quando deve ou não acelerar o jogo, mas se fosse um jogador com tudo sabido não tinha vindo para nós... A sua passada larga vai permitir ao Porto acelerar muito o jogo aquando da recuperação de bola. Isto se Lopetegui deixar!

Melhor controlo de profundidade e de distância entre linhas - Principalmente no Torneio de Colónia foi notória a melhoria deste aspecto. Linhas próximas, que tornam a equipa mais compacta e consequentemente bloqueia a criatividade ao adversário. A imagem em baixo ajuda a perceber qual o posicionamento correcto a ter quando não temos bola, pois desta forma o adversário não tem onde jogar/criar. Era das melhores qualidades da equipa de Vitor Pereira - equipas curtinhas em campo. As marcações quase a nível individual entopem a criação do adversário, principalmente quando o movimento sem bola é lento e previsível. Gostei muito mesmo.

Coisas Menos Boas

Centrais a pressionar - Viu-se alguma vezes (Borussia, Schalke e Stoke) e não gostei particularmente dessa hipótese. Indi, Marcano e Maicon (mas esse faz mesmo quando não é mandado...) a abandonarem a linha defensiva para irem pressionar um elemento mais à frente. A imagem abaixo é esclarecedora do perigo que estes comportamentos, por vezes impulsivos, podem causar. Não existe sequer uma linha, quanto mais um "linha defensiva". Marcano sai da sua zona e vem pressionar o portador da bola que devia estar a ser vigiado por um médio. Se este se vira, vai criar automaticamente um 2x3 em posição frontal com a nossa baliza. (E porquê é que é importante ter essa linha? Porque dessa forma os jogadores estão mais próximos, é mais fácil controlar a profundidade e executar uma possível defesa em linha, etc.) A REVER COM CARÁCTER DE URGÊNCIA. 


Indefinição de tarefas em 4x3x3 - Falou-se muito na falta de criatividade da equipa e da necessidade de comprar mais um médio. Mas o principal problema que ajudou à falta de golos nesta pré-época foi a indefinição de tarefas dos jogadores a actuar na posição 8 e 10 quando a equipa estava em 4x3x3. Quem sobe, quem fica, quem aparece na área, quem aparece à entrada da área, quem desce para pegar no jogo no inicio da construção, quem aparece entre linhas... O único que entendia melhor o que a equipa precisava era Evandro (mais na posição 10) que apareceu muitas vezes entre-linhas a receber, dando de seguida na ala ao extremo subindo para área (obrigando de alguma forma o 8 a ficar para trás). Se a indefinição é táctica, não há jogador que possa resolver isso. A rever.

Corredor central - Vemos muitas vezes os extremos (variando onde a bola cai) a vir (demasiado?) para dentro. A equipa fica (em teoria) mais compacta mas perde largura quando quer acelerar os jogo. Têm de ser os laterais a darem-na com subidas pelo flanco mas ao mesmo tempo expõe muito a equipa a eventuais contra-ataques.

Destaques Bons

André André - Já gostava muito dele. Ao contrário do Z (certo, rapaz?). Acho que tem o espirito certo, para o clube certo. É um dos nós que ali está. Mas é muito mais do que um "André Castro". Tem pés e uma noção de posicionamento que equilibra sempre a equipa e impede buracos na organização da equipa, seja a defender ou a atacar. Vai ser um jogador importante porque apesar de ser um 8, pode fazer qualquer uma das posições de meio-campo. Ah, e sem refilar, não é Defour?

Ruben Neves a 6 - Só pode ser 6. Não se pode pedir que seja um "Polvo" porque tem demasiado futebol nos pés. A qualidade nos passes da primeira parte do jogo com o Schalke foi deslumbrante. Opção a ter em conta principalmente em jogos com equipas muito fechadas, tal é a facilidade com que coloca a bola a 30 ou 40 metros enquanto boceja. Um mini-Pirlo em potência. E esta "volta ao mundo" no jogo com o Schalke? Txiiii...

Varela - Um regresso cheio de vontade do Drogba da Caparica. Até cantos marcou (e bem diga-se), com a bola a cair na marca de penalti. Sim, continua com aquelas recepções em que parece ter o pé furado tipo glitch do FIFA ou PES. Mas dá muito à equipa sem bola. Fecha bem, procura o meio, aparece bem na área, temporiza à espera da subida do lateral para criar o overlap. É um extremo diferente, um extremo de equipa. A época passada a saltitar entre clubes deve ter sido suficiente para perceber onde realmente está bem.

Danilo Pereira - É um Panzer. A facilidade com que faz recuperações sem recorrer a carrinhos é incrível. É "só" colocar o caparro à frente. A nível fisico, Imbula e Danilo dão à equipa centímetros e músculo. Dá mais segurança defensiva à equipa que Ruben Neves, e impõe mais respeito. Retira-lhe talvez alguma qualidade de passe. Mas atenção, está longe de ser um "taco".

Maxi - Apesar de não estar ainda nas melhores condições físicas, adorei a sua capacidade já conhecida de mandar aquele empurrãozinho, bloqueio ou cacetada quando perdemos a bola. Um dos problemas da nossa transição defensiva no ano passado foi o de "sermos mansos". Maxi ajudará nisso! Lembram-se quantos amarelos o Deco levava por época sempre na transição defensiva?

Lichnovsky - Boas indicações. Levou com Huntelaar e Crouch que não são propriamente fáceis de marcar e ninguém os viu muito em jogo. Prometedor. Precisa de minutos na Primeira Liga para (continuar a) crescer.

Destaques Menos Bons

Maicon - 7 anos. SETE. E a evolução é demasiado lenta. No jogo com o Borussia por exemplo, foi ridículo o número de lançamentos longos que fez da defesa até Aboubakar. E culpo-o a ele, e não Lopetegui porque esses lançamentos diminuem para menos de metade quando não está em campo. Coincidência? I think not. Sempre os mesmo erros. Sempre as mesmas falhas. Sempre as mesmas paragens cerebrais. Dasssss...

Herrera - Do pouco que jogou, foi logo notória a sua presença em campo. Pelo piores motivos. "Oh Vasco, lá estás tu a perseguir o homem" Eu juro que não estou. Revejam o jogo com o Stoke ou com o Valência e vejam a quantidade de más recepções ou passes errados que o Héctor fez e que resultaram na perda de posse/bola da equipa. Tendo Evandro, Sérgio Oliveira, André André, Imbula como comparação é assustador o seu controlo de bola. Admito que esteja exausto, e para isso a muito contribuiu a participação na Gold Cup depois da época longa. Mas não me parece que tenha lugar este ano no plantel. E eu adorava que ele me provasse o contrário porque tinhamos todos a ganhar com isso. 

Tello - Foi o primeiro do plantel a chegar ao Olival para debelar uma lesão trazida da época anterior, atitude essa que muito apreciei. Andou pelo Twitter a espalhar a hashtag #VAMOSPORTOCARALHO e pôs os adeptos todos malucos. Ainda está muito em baixo de forma, sem aparecer em jogo, sem rasgo e sem brilho, mas ainda assistiu os colegas duas vezes. Ao contrário dos outros dois, não estou particularmente preocupado com a sua fase negativa. Sei que o Speedy Gonzalez espanhol vai subir de rendimento.



E para vocês quais foram os pormenores mais interessantes da pré-época? A nível colectivo e a nível individual?




terça-feira, 28 de julho de 2015

"Opinions are like assholes..."

Enquanto não houver futebol a sério ou motivo especial para postar, tanto eu como o Z vamos nos abster de entrar no folclore da Silly Season. E este post é acima de tudo um desabafo meu e um partilhar de sentimentos.

Devo ter sido das únicas pessoas na bluegosfera que viu coisas bem positivas nestes dois jogos na Alemanha. Que convenhamos, foram os primeiros adversários dignos de registo. Análise ao jogo jogado até ao final da semana com bitaites ao modelo táctico, posicionamentos, jogadores, etc.


Um dos principais problemas das redes sociais é o de dar a toda a gente a hipótese de dar a sua opinião desde que haja ligação de Internet. Mas tal facto não faz com que alguém se interesse por muito do que "vocês" querem dizer. E uma das minhas máximas de vida nas redes sociais é esta:

"Opinions are like assholes. Everyone has one."

O que mais me irrita é o facto de eu ficar incomodado com o que leio aí por todo o lado, seja em blogues, fóruns, Facebook, Twitter... A critica constante e gratuita, a necessidade de ter razão para dizer mais tarde "I told you so". Deixem-se dessas merdas e discutam futebol. Futebol. Jogado. O que se depreende facilmente é que talvez a maior parte dos sócios, adeptos ou simpatizantes que afirma ser Porto, que diz ter a "cultura de exigência" não gosta de futebol. Gosta de ganhar. São como aqueles pais que exigem boas notas aos filhos para comentarem com amigos e colegas no trabalho, sem darem o apoio necessário aos chavalinhos para fazer trabalhos de casa ou o "miminho" quando eles estão em baixo. Coisas vistas até agora (em versão light):

1) Malhar porque veio o Casillas quando Hélton teve as afirmações que teve, Fabiano foi um calafrio constante na época transacta e Gudiño ainda tem muita broa para comer. Veio a "custo zero", com o Real a pagar parte do salário. É sem duvida a maior contratação de sempre do futebol português. O que fazem 60% dos portistas na Internet? Disparam em todas as direcções. Nem nós temos bem noção do impacto mediático desta contratação, pessoal. 

2) Malhar porque veio o Maxi e porque é "cuspir na história do clube" e a SAD é louca. Alguém dúvida que Maxi apesar de já não ser novo é o tipo de jogador que dá tudo o que tem? Que não irá ser um jogador importante no balneário? Que a seguir a Danilo, é o segundo melhor lateral em Portugal e que com isso enfraquecemos, também, um rival directo? Calai-vos pa.

3) Amar o Tello porque pôs hashtags castiças como #SOMOSPORTOCARALHO e #VAMOSPORTOCARALHO mas começar a criticá-lo porque não jogou bem na pré-época e considerar tal facto "inadmissível". Acho que não estarei errado se disser que o Espanhol foi o primeiro do plantel a chegar ao Olival para debelar uma lesão que ainda vinha na temporada passada. Querem maior profissionalismo que este?

4) Malhar porque "falta mística e jogadores portugueses no balneário", mas criticar porque Sérgio Oliveira, André André e Danilo Pereira não são jogadores para serem titulares. Querem quem? Herrera? Quintero? Ganhem juízo...

5) Malhar na SAD e em Lopetegui porque Quaresma saiu. Really? Not this again... Não bastou o que o menino fez e disse? Enough is enough.

E nem vou falar da perseguição constante a Julen Lopetegui...

Coloco apenas uma questão: Digam-me uma, uma única contratação que não foi acertada até agora.

Tem sido demasiado ruído, numa altura que devia ser de união e de crença em quem dirige. Já dizia Roger Waters no final do Hey You: "Together we stand. Divided we fall".

Pensem nisso,
Abraço