terça-feira, 30 de setembro de 2014

Sporting vs Porto

Mais um jogo sem vencer em Alvalade, mais um empate, mais alguns equívocos na equipa inicial e na batalha táctica do jogo (principalmente a meio-campo) e mais um jogo recheado de polémicas.



Jogar em casa dum adversário directo e entrar da forma desastrada como entramos, com um erro individual (mau passe de Rúben) e um descalabro colectivo na forma como fomos apanhados desequilibrados e ninguém soube compensar ninguém, aliado à saída fora de tempo e desnecessária de Fabiano, tornou o nosso início de jogo num pesadelo, do qual não conseguimos "acordar" até praticamente meio da 1ª parte. Raramente conseguimos subir com critério, houve demasiados passes sem nexo (há lá um de Casemiro que é uma aberração) mas, acima de tudo, uma falta de organização colectiva assustadora. Rúben e Casemiro raramente sabiam que espaços ocupar, e Herrera foi-se desgastando em demasia para tentar fechar portas a meio-campo. Os nossos laterais foram sendo "massacrados" com inúmeras situações de desvantagem numérica por deficiente ajuda por parte dos extremos e aqui destacou-se Alex Sandro pela negativa, a revelar as deficiências de posicionamento que não lhe víamos desde o ano passado, e sem pernas nem pulmão para aguentar com Carrillo. O Sporting pressionava de forma agressiva e inteligente, nunca deixando que os nossos jogadores tivessem tempo de rodar e encontrar apoios mais frontais, e o nosso jogo foi-se arrastando assim pela 1ª parte fora. Rematar pela primeira vez aos 20 minutos para a bancada e pela primeira vez com relativo perigo quase à meia hora de jogo é manifestamente pouco para um candidato ao título.

Lopetegui percebeu o erro e trocou quem deveria trocar ao intervalo. Um Rúben perdido em campo e um Quaresma praticamente inofensivo, e já com um amarelo após inqualificável entrada sobre Nani, só "porque sim" (começa a ficar complicado arranjar forma de te defender Ciganito...). Oliver e Tello vieram dar uma nova "alma" à equipa; soubemos ter mais bola, soubemos construir com maior critério (mesmo que a construção a partir dos centrais nos faça tremer tanto em algumas alturas), houve maior capacidade de pressão mas, acima de tudo, houve mais capacidade de jogar entre linhas, e de desequilibrar por completo a frágil defensiva leonina. Primeiro foi Jackson que, isolado tentou algo que pode ser considerado como "tiro ao boneco", mas uma sucessão de jogadas pela direita do nosso ataque culminou com o cruzamento que Sarr desviou para a própria baliza. Foi pena a lesão de Casemiro, que obrigou Lopetegui a improvisar com Reyes, e que nos retirou algum domínio enquanto nos readaptávamos à troca. Capel fez-nos congelar com uma "bomba" à barra, mas conseguimos terminar o jogo por cima, e Herrera ou Tello (jogada que devia dar direito a levar uns bons tabefes do Indi no balneário) poderiam ter dado um desfecho diferente ao jogo.

Empate que, tendo em conta a nossa 1ª parte, acaba por ser um resultado menos mau, mas que deixa aquele sabor amargo de voltarmos a não conseguir ganhar em Alvalade. E de termos o 4º empate consecutivo. E de estarmos a 4 pontos daquele lugar de que tanto gostamos.


(+) Positivo 

Oliver -  Bem-vindo de volta rapaz! Um jogador com a capacidade de virar um jogo do avesso mal pisa o terreno de jogo tem de ser de topo. Este menino é fabuloso. Joga muito, faz jogar, dá linhas de passe entre linhas e ajuda a desmontar defesas, abre espaços para que outros (Brahimi, Jackson, Tello, Herrera) possam decidir, mas é no momento de transição defensiva que este puto me tira do sério. A capacidade de pressionar bem, sem faltas desnecessárias e com roubos de bola em zonas perigosíssimas é algo que impressiona. Será muito pedir Oliver, Evandro e Rúben a 6 já em Lviv?

Reyes - Quando entrou para aquele lugar, temi um pouco pela nossa capacidade de resposta, mas o mexicano adaptou-se muito bem. Seguro no passe e bem a ocupar espaços, foi uma agradável surpresa vê-lo actuar com tamanha serenidade num jogo destes. Continuo a pensar que pode ser um jogador incrível, assim consiga estabilizar a parte psicológica.

Centrais - Tirando o lance do golo do Sporting, em que todos andaram aos papéis, uma exibição segura de ambos. Indi demonstrou um posicionamento impecável em certas situações, embora ache que perde demasiados lances aéreos. Marcano é daqueles jogadores que não inventa, mas precisa de trabalhar o passe. Em suma, boa exibição.

(-) Negativo 

A 1ª parte - Com que então não ganhamos aqui há não sei quantos anos? Vamos lá então entrar todos a "dormir" e permitir um golo logo aos 2', para ser mais interessante. Depois vamos lá esquecer de como se pressiona, de como se troca a bola e de como nos temos de posicionar até ao intervalo. O Mister depois corrige... Inqualificável a entrada no jogo e consequente 1ª parte da nossa equipa, a fazer lembrar alguns dos jogos do ano passado. Ano passado... Que arrepio na espinha! 

Alex Sandro - Quando Carrillo saiu, um amigo que via o jogo ao meu lado disse "O Alex Sandro acaba de respirar de alívio...". Um Alex trapalhão, lento, complicativo, desamparado (principalmente  na 1ª parte) e de volta às paragens cerebrais de um passado demasiado fresco na nossa memória. Cheguei a suspirar por Angel!

Quaresma - Começa a ficar complicado compreender como Quaresma pode encaixar-se neste F.C.Porto. Na 1ª parte, zero de apoio defensivo (a Danilo ou a Alex Sandro), poucas boas decisões quando em posse, um remate desastrado e absurdo na primeira vez que conseguimos um esboço duma jogada ofensiva, uma entrada violenta de menino amuado sobre Nani... Um suposto capitão de equipa, com muito mais anos de experiência do que muitos dos colegas, com muitos mais anos de casa, não pode ter esta postura. Lamento, Quaresma! Sou dos que procura defender-te ao máximo, mesmo quando se observa que não dás tanto ao colectivo como qualquer outro dos teus colegas - e até considero que tens andado esforçado para demonstrar que és capaz de ser trabalhador e humilde - mas és daqueles casos crónicos que, à primeira oportunidade, deita tudo a perder. És um Fábio Paim que conseguiu continuar a jogar futebol a um nível aceitável. Achas que vais ter sempre muito talento nos pés e hás de ter 40 anos e continuar a achar o mesmo, sem perceber que isso só não chega para a EQUIPA obter os 3 pontos. 

O trio do meio-campo - Lopetegui... Casemiro e Ruben ao mesmo tempo, não funciona! Se lhes juntares Oliver, talvez dê. Se lhes juntares Herrera, fica impossível. Casemiro é 6. Rúben é 6. Não sabem ser 8 (para já)! Já chega de cometer sempre o mesmo erro, para depois corrigir ao intervalo. Queima-se uma alteração e dá-se uma parte de avanço ao adversário. Nunca te chateei com o "não-caso" Quaresma e com a falsa questão da rotatividade. Até consegui perceber que tenhas evitado colocar Aboubakar contra o Boavista e que tenhas mexido tão tarde em Guimarães. Chegar a Alvalade e arriscar ir a jogo sem meio-campo já começa a soar perigoso. Espero que o regresso de Oliver te venha dar mais certezas.


Como já se disse antes, sou da opinião que o Porto tem de ganhar sempre, independentemente de contingências como relvados impraticáveis (Académica 2011/2012), roubos descarados (Alvalade 2002/2003) ou qualquer ataque alienígena ou desastre natural que possa acontecer. O Porto não ganhou em Alvalade muito por culpa do que se disse acima. Agora, é indesmentível que houve casos, que houve polémicas, que houve mais uma diferença de critérios gritante, e que no final de contas, já é o 3º jogo consecutivo em que tal acontece. Slimani afinal, pode apertar pescoços como e quando quiser. Adrien pode entrar de sola como e quando quiser. Jackson não pode conquistar uma bola a nenhum defesa quando quiser. E nem falo do lance da mão de Maurício, porque nesse lance até consigo dar benefício da dúvida à equipa de arbitragem. Já fomos beneficiados por árbitros e já fomos prejudicados, e vai ser sempre assim com os "grandes" enquanto forem "grandes". O mais curioso é observar o peso que tem um erro a favor do Porto e um erro contra. Erro a favor é corrupção. Contra é acidente. A favor é escândalo. Contra é perfeitamente normal. A favor é parangona de jornal. Contra é "esquecido".  A favor é o "Sistema". Contra é humano. Erro a favor é a justificação de vermelhos e verde e brancos para anos e anos de derrotas que aquelas vísceras não souberam digerir. Erro contra é o alinhamento perfeito dos planetas numa tentativa de "castigar" a malta do Porto porque "só" ganha com roubos. Nem vou falar do artista da cabeleira branca, o tal que disse que o árbitro "Não marcou porque não quis", e que achou que aquela arbitragem miserável contra o Sporting foi "Limpinha, limpinha!", que agora até manda piadolas porque o nosso treinador se queixou de nova arbitragem miserável  -  embora reforçando que não servia de justificação para não ganhar. Podia tentar, mas seria difícil explicar conceitos de honestidade intelectual aos dois solitários neurónios que habitam aquela cabecinha.

Escrito pelo Z

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