quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bitaites de Champions

Entre jantar e streams a falhar só comecei a ver o jogo a meio da 1ª parte. Mas tanto Chelsea como Atlético esperaram por mim para começarem a marcar golos. Pelo que fui lendo e seguindo no Twitter até aos 20/25 minutos, uma bola ao poste do Atlético logo aos 3 minutos, uma bicicleta do irmão do Sideshow Bob (David Luiz) e mais alguns ataques. O Chelsea adiantou-se através de Fernando Torres (whaaat?) e passados 10 minutos o Atlético empata. A defesa do Chelsea meteu água e Adrian aproveitou. Grande, enorme, gigante este Atlético de Simeone. E o intervalo chegava e já sabíamos que o jogo ficaria decidido durante os 90 minutos.

A 2º parte começava e o Atlético apressou-se a mostrar que queria vir a Lisboa. Mourinho que tinha começado o jogo com 5(!) defesas (Azplicueta, Cahill, Terry, Ivanovic e Ashley Cole) em campo (apesar de Azplicueta estar a jogar mais adiantado) retirou Ashley Cole para fazer entrar Eto'o. E o camaronês acabou por ser decisivo... pelas razões erradas. Comete um penalty de jogador amador e Diego Costa (após ser amarelado por muito protestar contra o estado da marca de 11 metros) colocou o Atlético na frente da eliminatória. E merecidamente. Temos uma grande admiração por esta equipa de Madrid. Pelo espirito, pela garra, pela dedicação ao jogo. Logo de seguida David Luiz envia uma bola à barra, mas foi o Atlético que voltou a marcar e a carimbar o bilhete para a final no Estádio da Luz. Tiago (que jogo!), Juanfran e Turan com alguma sorte à mistura faz o 1-3. Simeone e sus muchachos na final da Liga dos Campeões, algo impensável quando o argentino chegou ao clube. 

Curtas: 

Tiago - Que jeito dava este menino no Brasil... Para mim o melhor em campo. Jogaço!

Diego Costa - O tipo de jogador que ou se ama ou se odeia. Uma besta a nível físico, um "crânio" a pensar o jogo.
Mourinho - Em breve, sairá um post sobre ele. Mas este não é o mesmo treinador que foi "um dos nossos". É um sósia com o conhecimento futebolístico de um Prof. Neca.


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terça-feira, 29 de abril de 2014

Bitaites de Champions

E não é que o Real deu uma tareia nos bávaros? Nossa senhora! Aquela 1ª parte do Real foi avassaladora/assustadora/mágica/ (adicionem os adjectivos que quiserem...). Se já na 1ª mão tínhamos ficado com a ideia de que o Bayern apenas conseguiu controlar a posse de bola durante o jogo, sem conseguir furar a forte linha média/defensiva do Real, perdendo a bola demasiadas vezes, dando azo a contra-ataques venenosos, hoje não houve grande diferença. Aliás, houve. 


Houve a exploração das bolas paradas por parte do Real (péssimo o Bayern a defender estes lances, e sublime Sérgio Ramos na forma como apareceu a finalizar), e sobretudo houve Di Maria no meio campo (joga numa galáxia diferente da de Isco, nesta altura), a pressionar como nunca e a sair veloz como sempre, e houve Bale, Ronaldo e Benzema verdadeiramente endiabrados! Depois, quem tem Modric e Xabi (que crime não jogar a final... que crime!) a temporizar daquela forma a transição ofensiva, a fechar com aquele posicionamento perfeito os caminhos aos médios adversários, a sair quase sempre com critério após recuperação da bola -  em posse quando necessário, ou a lançar contra-ataques explosivos sempre com passes bem medidos, quando vislumbram desequilíbrio no adversário -  fica sempre mais perto de ganhar.
Em suma... Banho de bola do Real em Munique!
E Ronaldo lá continua a bater recordes! Ele que não gaste tudo agora!!!



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segunda-feira, 28 de abril de 2014

F.C.Porto vs Benfica (Taça da Liga)

Por volta dos 60 minutos da 2ª parte deste jogo, virei-me para o amigo sentado ao meu lado no Estádio e disse "Vamos a penalties e perdemos...". Torna-se num exercício de paciência, de capacidade de encaixe, de sanidade mental, ver o Porto jogar esta época. A equipa consegue ser incompetente em tantos capítulos do jogo que começa a ser complicado não terminar o jogo com dois princípios de ataque cardíaco. Fomos melhores? Fomos. Fizemos muito mais para conseguir ganhar o jogo? Sem dúvida. Mas o futebol está recheado de jogos como o de hoje, e a verdade é que fomos muito, MUITO incompetentes no capítulo da finalização. De novo. E voltámos a sucumbir, a ser perfeitamente incapazes, ridículos até, jogando uma enormidade de tempo contra 10. De novo. 


Desde cedo se percebeu que o Benfica vinha ao Dragão apostado em defender e contra-atacar (com menos intensidade do que noutros jogos, evidentemente) e conseguir, acima de tudo, poupar as principais pedras para o jogo de próxima 5ª feira. O Porto jogou na sua "máxima" força, e fez uma 1ª parte agradável, criando oportunidades suficientes para estar a ganhar por 2-0 ao intervalo. Embora com alguns dos erros costumeiros neste Porto 13/14 - quantidade estúpida de passes errados, lentidão na circulação de bola, pouca mobilidade sem bola - e aproveitando o facto de Steven Vitória ser um jogador lento, fomos conseguindo explorar algum espaço do lado direito da defensiva encarnada, que só por uma miserável capacidade de finalização do melhor marcador (!) da nossa equipa na presente época não resultaram em golo. 


Aos 32 minutos Steven Vitória foi expulso (parece-me que correctamente) e talvez tenha sido isso o pior que nos aconteceu, visto que entrou Garay para o lugar de Lima (aqui Jesus foi bonzinho, ao deixar-nos com Cardozo sozinho na frente), e a defesa encarnada estabilizou. 
Na 2ª parte assistimos a uma repetição do que se passou há uns tempos na Luz: muita posse de bola, muita lateralização do jogo, mas pouco volume ofensivo, poucos movimentos de ruptura, muitos passes em profundidade ridículos e ... incapacidade de finalizar ou de aproximação à área adversária. Nunca conseguimos aproximar-nos sequer de fazer uma jogada de real perigo e se é verdade que Fabiano foi um espectador durante todo o jogo, Oblak, na 2ª parte, viu sempre a bola longe da sua área. Quintero entrou para dar mais alguma capacidade de destruir a organização defensiva do Benfica (fortíssima, por sinal), e esteve bem (consegue fazer passes em profundidade certinhos, ao contrário de TODOS os outros companheiros) mas confesso que não entendi a entrada de Ghilas para aquela posição - nem a saída de Quaresma - ou até a entrada de Ricardo naquela altura do jogo. 
Nos penalties, como já temia, veio ao de cima o momento psicológico de cada equipa. Ainda assim, continuo a não achar admissível que uma equipa profissional, mantenha um registo tão miserável nos pontapés dos 11m. 
Perdemos. De novo. Desta vez, uma das poucas em que fomos superiores ao adversário. E lá fomos nós, cabisbaixos, tristes, humilhados. De novo. A rezar para que Agosto chegue rápido... 

( + ) Positivo

  • Herrera - principalmente pela 1ª parte que fez. Soube explorar o espaço do lado esquerdo do ataque, e foi ele o grande dinamizador das jogadas ofensivas construídas nesse período. Soube subir com critério e fazer as tais rupturas nas costas da defensiva encarnada. Esteve também muito bem na pressão e recuperou bastantes bolas em zonas importantes. Na 2ª parte perdeu algum fulgor - e quando se apaga, é a qualidade do passe que mais se ressente -, mas continuo a achar que, com um treinador adequado, pode ser um belíssimo jogador. O potencial está lá.



  • Maicon e Mangala - é certo que se tratou dum jogo em que tiveram menos trabalho, devido ao facto de terem jogado grande parte do tempo em clara superioridade numérica face ao ataque encarnado, mas defensivamente estiveram irrepreensíveis. Continuam a ter as paragens cerebrais que tanto nos assustam, e parece sempre que a qualquer momento podem perder a bola em zonas fatais. Quando estão sob pressão tendem a fazer passes que raramente chegam a alguém da mesma equipa, mas pelo menos nenhum deles se chama Abdoulaye, o que esta época já é um factor positivo. 


( - ) Negativo

  • Jackson - ABSOLUTAMENTE MISERÁVEL. Posso ainda estar a escrever um pouco a quente mas, para mim, a carreira deste menino no Porto acabava aqui, hoje, já! Dava-lhe o bilhete de avião, e desejava-lhe toda a sorte para o clube para onde o vendermos. Jackson é dos jogadores que vai falando muito e decidindo pouco. Registo que nos jogos mais importantes que tivemos nestas 2 épocas, fez sempre muito pouco. Recordo que, no ano passado, já a brincadeira das grandes penalidades nos podia ter custado o título. Um avançado não pode nunca desperdiçar 3 oportunidades daquelas, no decorrer do mesmo jogo, e ainda ir a tempo de atirar um penalty para a Superior Sul, numa altura em que nos podia dar a vantagem. Provavelmente este menino mimado vai para casa, vai dormir em paz, pensar que já falta pouco para o Mundial e para assinar um contrato chorudo por um qualquer clube grande dessa Europa, enquanto nós temos de ultrapassar nova humilhação. Facilitem-lhe a vida. Boas férias, Jackson!



  • Luís Castro - já havia achado isso no jogo na Luz, e volto a achar hoje. Aquilo que corrigiu ao fazer entrar Quintero mais cedo, desfez depois com a alteração de Ghilas por Quaresma - que nem estava num dia de nota 20, mas também não estava o Quaresma complicativo e brincalhão de outras alturas. Que sinal terá passado à equipa quando fez troca por troca, deixando Danilo a assumir o corredor todo até rebentar? Não Conseguiu ver que nos faltava - como faltou na Luz - um elemento que pudesse dar outras soluções de passe entre as duas linhas defensivas encarnadas? E Ghilas, tem sempre de ser extremo porquê? Para dar profundidade?? Ghilas?? Porque não arriscar dois avançados, quando temos mais um jogador e a equipa adversária abdicou de atacar? E aquela entrada de Ricardo, com tão pouco tempo para jogar? Nao entendi caro Professor.



  • Falta de "cojones" - numa época igualmente miserável, 04/05, estávamos nós a viver uma crise de resultados e exibições, com um dos plantéis mais caros de sempre do futebol português, e quem tem a grande penalidade decisiva é Pedro Emanuel, conhecido por tudo menos pelas qualidades de goleador. Mas quem encara daquela forma a bola e a baliza (tenho em mente que ele nem quis saber se havia ou não guarda-redes do outro lado), sabemos que não pode - não vai! -  falhar. E antes disso já tinha sido Ricardo Costa - outro mago goleador - a pôr a redondinha no fundo da rede. Bons tempos esses... Hoje, meus caros, na altura de marcar penalties, virados para a imensa claque azul e branca, os de vermelho não tremeram. Encararam a nossa baliza e o mar de adeptos visitados como Pedro Emanuel encarou a baliza dos colombianos, há 10 anos atrás. Os nossos tremeram tanto que dava para ouvir os ossos a bater uns nos outros. Mesmo com os dois falhanços dos adversários, conseguimos não aproveitar para passar para a frente. Incompetência. Ponto final!

  • Contra 10 - a maior expressão da incompetência duma equipa. Incapacidade total para aproveitar a superioridade numérica, em casa, contra um adversário que só queria sair daqui sem lesões e sem se cansar muito. Bravo Rapazes!


Os nossos jogadores têm, neste momento, medo da própria sombra. Medo que o céu lhes caia em cima. Medo de acertar, de errar, de arriscar, de ganhar ou de perder. Têm medo! João Pinto, Paulinho Santos, Jorge Costa perderiam mais de meio jogo a berrar e a esbofetear alguns dos artistas que envergam (muitas vezes tão mal) o nosso manto azul e branco. Precisamos que isto termine rápido. Precisamos que o recomeço venha ainda mais rápido. Precisamos de nem ouvir falar de futebol, treinadores, contratações até ao 1º jogo da próxima época. E precisávamos deste banho de humildade. O Porto (jogadores, dirigentes e adeptos), ficou perdido em festejos algures na época passada. Tornámo-nos naquilo que mais nos enojava: arrogantes. Gozámos com as finais perdidas pelo nosso maior adversário, que esteve em 3 delas, contra 1 nossa. Este ano podem ainda ganhar 4. Nós sabemos desde já que vamos ficar a zero. Foi uma época que começou por ser de alguma esperança, passou para ser medíocre, depois evoluiu para má e termina como a mais humilhante de que me recordo. Hoje fomos humilhados, de novo, pelos nossos maiores rivais. Merecidíssimo caros portistas. Que nos sirva de lição.


domingo, 27 de abril de 2014

Antevisão Porto vs Benfica

É em clima de "poooorraaaa, que esta época nunca mais acaba" que iremos receber este Domingo o Benfica no Dragão para aquela Taça que não interessa a ninguém (a.k.a.Taça da Liga). Mas que ninguém diga que o jogo de hoje não interessa. Nada disso. Jogo contra "eles" é para ganhar nem que a modalidade seja o berlinde. Como tal pede-se a quem entrar em campo com o nosso manto sagrado que seja PORTO. E ser Porto não é dizer da boca para fora. Não é encher o Twitter e o Facebook com hashtags #SOMOSPORTO. Isso para mim vale zero. Ser Porto é banhar-nos no espirito de João Pinto, Paulinho Santos ou Jorge Costa. Que dignifiquem a camisola que tem vestida, que corram até não conseguirem mais respirar, que levantem um colega que caia no chão esgotado, que berrem com quem não se mexa e acima de tudo, que não desistam nunca. Nem ao minuto 92. No nosso magnifico Estádio do Dragão (ainda?) mandamos nós. 


Lista de convocados: 
Guarda-redes: Fabiano e Kadú; 
Defesas: Danilo, Maicon, Reyes, Mangala, Alex Sandro; 
Médios: Josué, Quintero, Herrera, Carlos Eduardo, Fernando, Defour; 
Avançados: Quaresma, Jackson Martínez, Ghilas, Varela, Ricardo e Kelvin. 


Onze Provável:




ATÉ OS COMEMOS!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Hernâni Gonçalves e Tito Vilanova

Embora estejamos a celebrar uma data especial, foi com profundo pesar que recebemos a notícia da morte de duas conhecidas figuras do futebol.




O Blue Overlap aproveita para deixar aqui a nossa homenagem ao Professor Hernâni Gonçalves, a quem sempre admiramos a coerência, espírito de fair-play e portismo à flor da pele, bandeiras que sempre carregou com orgulho.







Deixamos também uma homenagem a Tito Vilanova, ex-treinador do F.C.Barcelona, que faleceu esta manhã depois de uma longa e desgastante batalha contra doença prolongada.





O mundo do futebol fica, deste modo, mais pobre.

A Liberdade

Nesta data mágica, não importa credo, clube ou cor política. 

Se hoje somos quem somos, se temos hipótese de escolher os rumos a seguir, se hoje temos uma voz, se aqui livremente partilhamos opiniões, é pelas nobres acções dos nossos Heróis de Abril.

Deixámos de ter medo da própria sombra, medo que as paredes nos ouvissem, medo de ter uma opinião.

Devolveram-nos a LIBERDADE.


25 de Abril, SEMPRE!




Moyes: a tarefa impossível de suceder a Sir Alex Ferguson

Nunca escondi que, em Inglaterra, o meu clube de eleição é o Manchester United. Como tal, esta temporada tem sido absolutamente desapontante, não só pelo facto de ter conseguido acompanhar menos jogos do que o habitual (maldita Benfica TV...), mas também porque nos jogos que vi, o futebol praticado pelos meus diabos de vermelho (diabos vermelhos, nunca!) atingiu níveis semelhantes aos dos juniores B do Sousense, que jogam descalços e em pelado. Agora que o Moyes foi demitido, e que o United tem hipóteses quase nulas de se qualificar para a Liga Europa (!) - United que detém, a par do F.C.Porto o recorde de presenças na fase de grupos da Champions League -, vou mandar aqui uns bitaites sobre a temporada do clube, e sobre a performance de Moyes, e que futuro esperará o meu querido United (watch and learn Luís Freitas Lobo).


Os Resultados

Premier League e Taças   
De realçar que a época do United até começou da melhor forma, com a vitória obtida na Community Shield por 2-0 frente ao Wigan

 Depois começou o pesadelo do campeonato.

                                     
Oh, sim, os resultados meu caro Moyes... Internamente, uma enorme desgraça. Se na condição de visitante, os resultados não foram desapontantes de todo (para ser simpático) - registo de 33 pontos em 54 possíveis, o que nem é muito negativo, se tivermos em conta a elevada competitividade da Premier League - em casa o panorama muda para cores bem escuras - 24 pontos em 48. Leram bem, metade dos pontos possíveis de conquistar no temível "Teatro dos Sonhos". Liverpool e City passearam em Old Trafford, com 0-3, sendo que também Newcastle, Tottenham (igualmente horrível esta época), W.B.A. e Everton também de lá saíram com os 3 pontos. Muito fraco para um crónico candidato ao título.

Na FA Cup, uma eliminação humilhante contra o Swansea, também em casa por 1-2, naquela que foi a primeira vitória de sempre dos galeses em Old Trafford.

Na League Cup, derrota nas meias finais, após grandes penalidades, contra o "fortíssimo" Sunderland.

Champions League
Terá sido a única competição em que o United teve um desempenho relativamente normal. Na fase de grupos, ficou em primeiro, sem derrotas, num grupo com Leverkusen, Shakhtar e Real Sociedad. Nos oitavos, fez uma exibição miserável em Atenas, frente ao Olympiakos, e só por muito boa vontade dos deuses do futebol (e alguma falta de qualidade dos jogadores do clube grego) não saiu vergado a uma derrota histórica.

Fez uma recuperação notável em Old Trafford (talvez o único jogo em que o temível "Teatro dos Sonhos" realmente o foi, virando o 0-2 da 1º mão para 3-2, mas não se livrando de acabar o jogo com o coração nas mãos. 

Nos quartos de final, pese embora as dificuldades que apresentou ao campeão europeu Bayern, acabou por sucumbir à falta de eficácia da 1ª mão (1-1), e não conseguiu aguentar a vantagem de 1-0 em Munique - golaço de Evra - mais do que dois minutos, acabando por perder 1-3. 

O Plantel
Desequilibrado e um pouco envelhecido, do meu ponto de vista. Ferdinand, Vidic, Evra, Carrick, Flecther, Young são jogadores que dividem o seu tempo entre o relvado e a enfermaria, e as alternativas Phil Jones, Evans, Cleverley e Smalling são demasiado fracos para sequer sonharem estar num clube desta dimensão. Fellaini demora a demonstrar o potencial evidenciado em Liverpool, pelas mãos do mesmo Moyes e só Rooney, Van Persie e Januzaj (o míudo maravilha, de nacionalidade múltipla) sobressaíram nesta época medonha. Mata veio dar criatividade e qualidade ao ataque do United, mas chegou já tarde demais. Giggs, continua a ser Giggs; classe, classe, classe, mesmo a passo... Mas não haverá Giggs por muito mais tempo (pelo menos no relvado, e com muita pena minha). 
Na baliza, De Gea tem dado conta do recado (quem ganhou tanto com Barthez, não se pode queixar), e Lindegaard é um bom nº2.


A Táctica
Durante muitos anos, Fergie provou que o seu 4-4-2 mais clássico nunca envelheceu verdadeiramente. Foi sofrendo adaptações de ritmo e algumas nuances posicionais, mas sempre se baseou numa busca incessante de um jogo rápido e directo, saltando muitas vezes as fases de construção mais elaboradas atrás, fazendo uso dos velozes alas que sempre teve à sua disposição, e da mobilidade e movimentos de ruptura da dupla de avançados - quem não se lembra da dupla Yorke-Cole? - que tornavam o United numa máquina trituradora, sobretudo quando era necessário obter golos a todo o custo. 
United de Moyes? Zero!
Um 4-2-3-1 previsível, demasiado defensivo, com imenso espaço entre sectores, médios de características demasiado iguais, uma defesa demasiado lenta e permissiva e muito pouca imaginação na definição de jogadas ofensivas. Muito jogo lateralizado e muitos cruzamentos inconsequentes. Em suma, o United foi este ano uma equipa talhada para os jogos fora de casa. Contra equipas de alta qualidade, foram sempre atropelados (Liverpool e City) e contra equipas bem organizadas (W.B.A. e Everton) teve sempre inúmeras dificuldades. Em casa, pela necessidade de assumir o jogo e da desorganização colectiva, os resultados foram catastróficos. Equipas fechadas e de contra-ataque sentiram-se como peixe na água esta época em Old Trafford.

Penso que o Manchester United-Fulham - que tive o prazer de ver, a beber uma bela Pint, num pub em Aylesbury - prova um pouco tudo isto. O United bateu o recorde de cruzamentos num só jogo - 81 (!) e só Vidic e De Gea não efectuaram nenhum nessa partida. O Fulham estava em último por essa altura, e conseguiu sair com um empate, tendo feito menos de 1/4 dos ataques e 1/5 dos remates (e 1/100 dos cruzamentos), da forma mais natural e previsível possível. 

Moyes
Um fracasso total. A aposta de Sir Alex para esta temporada revelou-se desastrosa. A empreitada de substituir uma lenda do futebol mundial, com um currículo recheado de títulos e que, de forma indelével, alterou para sempre a face do United na Europa e no Mundo, merecia um timoneiro de personalidade forte, que soubesse aproveitar o legado deixado por Ferguson, que soubesse dar forma á necessária renovação do plantel, sem descurar a qualidade de jogo e a fome de títulos, de um gigante do futebol mundial. 

Saiu tudo ao contrário.

Moyes nunca pareceu ser homem para tal tarefa, visto que nunca percebeu a grandeza do clube que orientava. O discurso foi quase sempre fraco, e desde cedo se percebeu que os jogadores (muitos deles já com pouco a provar) não estavam com ele. Van Persie chegou a pôr em causa os seus métodos de treino, e no final do jogo em Atenas, criticou abertamente o esquema táctico da equipa. Ferguson sempre foi conhecido pelo seu mau feitio, mas a verdade é que isso fez com que os jogadores do United nunca se comportassem como prima-donas. Ao mínimo deslize, PUMBA, lá ia uma chuteira na direcção da cabeça do infractor. Moyes nunca teve o dom de segurar os egos da equipa. Mas foi na parte táctica e de construção do plantel que Moyes mais se equivocou. A equipa nunca se sentiu confortável com o esquema táctico e a falta de um jogador criativo que fizesse a ponte entre o meio campo e o ataque causou mossa. Mata trouxe melhorias nesse aspecto mas havia já muitos pontos perdidos, muitos jogos péssimos para trás, e os adeptos já tinham percebido que este não era mesmo o "Chosen One" havendo, desde cedo, um claro divórcio entre adeptos e treinador. A entrada de Fellaini foi um falhanço quase total, e só a "oferta" de Mata pelo Chelsea (ai Mourinho, Mourinho...) e a aposta no jovem Januzaj trouxeram melhorias à equipa.
Aqui, Sir Alex tem de assumir parte da culpa. Foi sua esta opção, e o fracasso também é seu. E a prova de que no desporto tudo é efémero, está no facto de os adeptos não perdoarem esta falha ao treinador que lhes devolveu, durante os últimos 27 anos, a grandeza do magnífico United dos "Busby Babes". 
A tarefa não será fácil, mas um clube com esta grandeza vai decerto saber dar a volta ao texto.
Moyes sai com um registo de recordes negativos interessante (afinal não és só tu Paulo Fonseca!):

  • Primeira derrota caseira com W.B.A. desde 1978
  • Primeira derrota caseira com o Newcastle desde 1972
  • Primeira derrota caseira com o Everton desde 1992
  • Primeira derrota caseira de sempre com o Swansea
  • 3 derrotas consecutivas pela primeira vez desde 2001
  • Primeira derrota para a Liga com o Stoke desde 1984
  • Pior registo caseiro da última década
  • Primeira eliminação na 3ª Ronda da FA Cup
  • Nunca o United esteve em 7º lugar (posição actual) na última década
  • Mais derrotas com Moyes do que nas últimas 3 temporadas com Ferguson

Em suma, um despedimento que não pode surpreender ninguém...



quarta-feira, 23 de abril de 2014

Bitaites de Champions

Ontem nós até queríamos ver como seria o 1º jogo da 1ª mão da Meia-final da Liga dos Campeões, mas acabámos por assistir a um treino de finalização de alguma forma inovador por parte de Simeone. Convidou a equipa londrina comandada por José Mourinho e estes apresentaram-se para a peladinha num revolucionário 9x1x0. Foi engraçado ver uma equipa profissional a fazer aquele treino de rua que todos nós fizemos, quando levávamos uma bola e chutávamos contra um muro. O muro leva o melhor resultado porque nem marcou nem sofreu e da próxima é ele que leva a bola para jogar. 


Hoje o Real Madrid recebeu o Bayern de Pep Guardiola. Vimos uma equipa de velocistas sempre a fazer disparar radares contra uma equipa que ia tendo posse de bola mas não chateava ninguém. O Real lá fez o 1-0 com o asno do Coentrão (cuspidela desrespeitosa para o chão) e Ronaldo na jogada, mas quem a meteu lá dentro foi o careca magrebino, Karim Benzema. Grande desilusão a prestação da equipa alemã hoje. Há corpos estranhos nesta equipa para as ideias de Guardiola triunfarem... Rafinha, Boateng, Kroos, Mandzukic com exibições que deixariam Bolatti, Valeri ou até Kazmierczak orgulhosos das suas carreiras.



Para a semana há mais!


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