sábado, 29 de novembro de 2014

A CS e o F.C.Porto


Programas de TV, "paineleiros" com a sapiência dum anelídeo, comentadores com a imparcialidade dum nazi que disserta sobre sistemas democráticos, pasquins cujo papel nem sequer para limpar o rabo serve... Não tenho paciência para todo o circo montado em torno dum desporto que amo. E quando digo isto, digo-o em relação a todos (mesmo todos) os exemplos que acima referi. Interessa-me muito pouco o que um qualquer bêbedo, com voz de bagaço, tem para dizer sobre o fora-de-jogo que não foi marcado neste ou naquele jogo, quando o que ele deveria fazer era partilhar todo o vasto conhecimento que possui de rins e de cirurgias que envolvem rins. Não me interessa nada o que um incendiário ex-ministro possa pensar ou não do seu ou do meu clube (cujo nome essa besta só deveria poder pronunciar depois de lavar a boca com lixívia, esfregão de aço e desinfectante de sanitas). Estou a marimbar-me por completo para as análises tecnico-tácticas do gajo da estação pública que parece saber tudo sobre todos os assuntos relevantes para a nossa sociedade (e também sobre futebol), ou o Grande Novo Mestre da Táctica, que agora parece que até dá conselhos ao Guardiola, que nos punha quase a dormir nas cadeiras do Dragão mas que, ressabiado da vida, lá decidiu fazer uma ou outra piadola às nossas custas. Nem sequer Oliveiras, Rodolfos, Miguéis, Guilhermes, nada! No fundo, não consigo acreditar que a agenda que traz qualquer um destes artistas a programas deste calibre, ou a colunas de opinião nos diferentes pasquins, seja 100% em prol do clube. Por outro lado, não consigo encontrar qualquer tipo de interesse ou de lógica em pagar a indivíduos para ter "conversas de café" em frente a câmeras de TV. Por último, deixo a questão: porque não ter lá 18 individuos que possam comentar as incidências dos jogos de cada um dos clubes da nossa Liga de Futebol? Quando a Académica fôr prejudicada em 4 jogos consecutivos e ficar em zona de descida, não terá também direito a que a defendam em directo, nos 500 canais que passam programas do género? Não será giro fazer análises tácticas de todas as equipas deste campeonato (por exemplo, perceber como Paulo Fonseca conseguiu voltar a colocar uma equipa mediana a jogar um futebol engraçado?).

Isto é aquilo que penso sobre todos os programas, artigos de opinião de todos os jornais, e sobre todo e qualquer personagem relacionado com este mundo de "incendiários", de doentes mentais, de mentecaptos e desonestos intelectuais.

As opiniões que realmente me importam, leio-as aquiaquiaquiaquiaqui, e aqui. São estes os meus "camaradas" das "conversas de café virtuais" - é a sua opinião que mais me interessa, a que mais valorizo e não há qualquer Oliveira, ou Rodolfo, ou Zé Guilherme que alguma vez possa mudar isso. Porque estes são camaradas que estão em todas, que retiram nacos do seu precioso tempo para nos presentear com diversas pedras preciosas na forma de textos, em troco de convívio e salutar troca de ideias, mas sempre com o nosso clube do coração à frente de tudo.

Já sobre as diferentes estações de televisão ou sobre jornalistas que não escrevem colunas de opinião, tenho uma visão diferente. Indivíduos que exercem uma determinada profissão, que têm o dever de informar sem emitir pontos de vista, devem cingir-se a fazer exactamente isso. A treta das audiências ou das vendas (caso dos jornais) para justificar que uns estejam sempre na ribalta e outros sejam desprezados, para mim significa ZERO.  Se tenho o dever de informar o público que aquela linha corre da direita para a esquerda, não posso - não devo - relatar que ela corre de baixo para cima. Se decido referir que determinado produto é cobiçado por 3 grandes empresas da praça, não posso atirar isso ao "ar" e remeter para "fontes próximas das empresas". Não é ético, não é profissional. Relativamente a outras temáticas, determinadas deturpações da verdade podem até dar lugar a processos legais.

A Comunicação Social (CS) tem o dever de informar o público de forma absolutamente imparcial no que respeita a todos os temas que são abordados, e de tratar toda e qualquer instituição da mesma forma. Isto é válido para a imprensa dita "normal" ou para a imprensa desportiva. 

Até hoje, sempre vi a forma como a Imprensa, no geral, trata a Instituição Futebol Clube do Porto, e todos os que com ela estão envolvidos (jogadores, treinadores, dirigentes ou adeptos), como uma forma de tornar ainda mais saborosas as nossas vitórias. Desde sempre que me recordo do meu avô falar da vergonha que era ouvir os relatos dos jogos da época "gloriosa" do nosso futebol, ou das constantes deturpações de factos que eram escritas nos pasquins da época. As coisas não se alteraram assim muito de então para cá, com uma grande diferença de contexto porém: dantes éramos os coitadinhos cá do burgo, os gajos simpáticos e barulhentos de "cá de cima", com muita capacidade de batalha, mas sem a mesma expressão que outros emblemas à época. Umas décadas depois, somos um nome sólido do futebol europeu, um clube recheado de sucessos, dentro e fora de portas, que ousou ombrear com os todo-poderosos "símbolos da pátria", intocáveis e inatacáveis, vizinhos e rivais, Sporting e Benfica. O clube simpático de outrora deu lugar a um antro de corrupção. Vieram as Escutas, os Apitos, os Donos da Bola, os casos Paula. Tudo com o objectivo de destruir e descredebilizar as nossas cores, de formas mais ou menos astuciosas, mais ou menos rasteiras, mas de forma ininterrupta de há vários anos para cá. 

Consigo compreender as dores dos nossos "queridos rivais". De que outra forma se consegue justificar que um clube que decidiu romper com a dicotomia de liderança desportiva (reinante durante tantos anos neste País) tenha conseguido alcançar tanto sucesso, num tão curto período de tempo? Um clube que não tem 300.000 sócios nem 6M e mais uns trocos de adeptos e de simpatizantes? Um clube que não tem o Estádio com maior capacidade? Um clube proveniente duma cidade tão pequenita? Um clube que não tem títulos nas fortíssimas modalidades de ténis de mesa e de sameirinha, como aqueles tão ecléticos do bairro de Alvalade? Um clube que veio do zero (ou quase) e que de repente se tornou num caso tão sério e elogiado de liderança e de cultura de vitória por esse Mundo fora? Nãããã... Impossível, aqui tinha de haver marosca. 

E é precisamente aqui que a CS deste país (a quase totalidade), tem um papel fundamental, neste fabricar, congeminar de teorias da conspiração que permitam trazer alguma paz de espírito aos acéfalos que teimam em não conseguir entender que foi com trabalho, sacrifício, união, organização luta, que conseguimos chegar às bocas da Europa e do Mundo. Porque toda a CS está (conta)minada por péssimos profissionais, que na hora de serem sérios vêem as suas canetas, esferográficas, teclados e gargantas, serem dominados pelo benfiquismo, sportinguismo e anti-portismo primários. 

Como sou avesso a confiar em coincidências, mas também não almejo a ser um "teórico da conspiração" profissional, não me surpreendem muitas coisas que se têm passado no desporto português nos últimos anos. 

Não me surpreende que tenha sido um jogador nosso (Paulinho Santos) a levar um castigo sem parelelo, por ter partido o maxilar ao Menino D'Oiro, num jogo em que AMBOS trocaram agressões. Não me surpreende que Acosta, anos depois, não tenha levado castigo semelhante por ter partido o osso malar do mesmo Paulinho Santos depois duma agressão cobarde, perpretada só e apenas por Acosta. 
Não me surpreende que se tenham descortinado casos fantásticos de aliciamento de arbitros em jogos duma das mais fortes equipas do F.C.Porto de sempre (campeã europeia nessa época) com os fortíssimos Beira-Mar e Estrela da Amadora. 
Não me surpreende todo o aproveitamento mediático que foi feito dessa fase, como se se conseguisse justificar conquistas consecutivas de Campeonato, Taça UEFA e Champions com tentativas de aliciamento de árbitros para jogos com equipas que lutam para não descer de divisão. 
Não me surpreende que um dos melhores jogadores que por cá passou, e que mais influência teve nas diferentes equipas do F.C.Porto durante os anos em que cá esteve (Hulk), e outro que sem ter a mesma influência, era igualmente um jogador importante para a equipa (Sapunaru), tenham sido suspensos preventivamente durante um período incrivelmente largo de tempo, por um caso ocorrido num dos mais problemáticos túneis do país, após provocações de elementos externos ao jogo, numa decisão disciplinar (de novo) sem precedentes no desporto português. 
Não me surpreende que se trate os adeptos do F.C.Porto como OS piores, OS mais violentos, OS desordeiros, OS criminosos, julgados na praça pública com direito a parangonas em todos os imparciais membros da nossa CS sempre que algo de reprovável ocorre, sendo que noutros locais há esfaqueamentos, very-lights assassinos, autocarros incendiados, bancadas incendiadas, e muitas das vezes nem uma linha se escreve sobre o assunto. 
Não me espanta que em tantos anos de Selecção, depois de episódios lamentáveis como o de Saltillo, tenha vindo um "programa" trazer a lume um episodio tão inenarrável como o do Caso Paula, assim como não me surpreende absolutamente nada que em tantos jogadores da Selecção, só mesmo os do F.C.Porto tenham tido algo que ver com isso. 
Não me surpreende que um very-light enviado para dentro do relvado no Estádio das Antas tenha dado origem a não sei quantos jogos de interdição, e que invasões de campo como já vi acontecerem em Alvalade ou a do "Diabo" que, efectivamente, apertou o pescoço dum juíz de linha na Luz, tenham passado ao lado de toda a gente, como um gajo magro passa pelos pingos da chuva. 

Não me admira que as vitórias dos outros sejam sempre mais meritórias e limpinhas do que as nossas, ou que os Fenerbahces, Sevilhas, Maribors, Monacos, APOEL's, Celtics que os nossos rivais enfrentam sejam sempre colossos do futebol europeu, ao contrário de nós, sempre com adversários "fáceis". 
Não me admira que a um treinador seja permitido dar estaladas em jogadores contrários, provocar treinadores adversários, agredir polícias, conspurcar continuamente o nosso lindíssimo dialecto, ser indecoroso com jornalistas, e dar-lhe titulos de "Exterminador Implacável" ou de "Doutor do Povo", lambendo o chão que pisa (e se possível os tomates do homem também). 
Não me admira que os nossos treinadores não possam soltar uma flatulência sem que sejam chamados ao cepo e guilhotinados com toda a propriedade pelas "virgens ofendidas" só porque ousaram falar de modo mais agressivo numa conferência de imprensa. 
Não me surpreende que Deco ou Mourinho, sempre tão perseguidos e criticados dentro de portas, só tenham visto o seu valor ser reconhecido após abandonarem o clube português com mais títulos internacionais (de longe).

Não me espanta não ter tido nenhum filho da puta de nenhum jornalista a querer saber a opinião do treinador e de um jogador (como SEMPRE acontece) do ÚNICO clube portugûes que, nesta edição da Champions, vai ficar em 1º do grupo, já tinha garantido a passagem à próxima fase, garantiu a 4ª vitória em 5 jogos da mais prestigiada competição internacional.

Não me espanta mas, desta vez, penso que se foi longe de mais. A "vendida" CS evoluiu: de transmitir notícias de forma tendenciosa, passou para nem se dignar a enviar um profissional para uma "flash-interview" dum clube português no estrangeiro. Sem precedentes. Impossível de ocorrer com o clube dos 6M e o dos ecléticos (que, da última vez que vi, habitam o mesmo país que nós). Com esta até eu, que não me surpreendo com nada, fiquei absolutamente furioso! 

Por mim, cortava-se toda a comunicação com qualquer membro dessa abjecta CS. Sem comunicados ridículos, sem folclores, com uma acção assertiva e firme (daquelas que o meu clube me habituou a ter noutros tempos): "Caros amigos, se não estão com vontade de enviar malta para seguir um jogo da Champions, podem ir seguir o c*ralh* que vos f*d*, a partir de agora. Aqui não voltam a pôr as patas!". Fácil, não?

Como sei que isso não deve acontecer, no Domingo lá estarei, ao lado dos "meus", de dentes e punhos cerrados, a demonstrar aos mesmíssimos filhos da puta que teimam em nos perseguir e maltratar, que é precisamente por causa disso que tenho um orgulho cada vez mais perfeito, completo e indestrutível pelo meu F.C.Porto.




quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A "má decisão" de Herrera

Não devia o mexicano temporizar, conservar a bola e esperar pelos apoios e linhas de passe?

Em teoria, mas é por isso que o futebol é um jogo castiço. PATUUUUM. Lá para dentro. Nunca duvidei de ti, Héctor (lol, eu sei, eu sei...).

terça-feira, 25 de novembro de 2014

BATE vs F.C.Porto - Champions

Nada me dá mais gozo do que ver um jogador mal-amado de alguma da massa adepta do nosso clube (e de tantos entendidos em futebol que vou lendo por essa bluegosfera fora) fazer uma exibição como a que Herrera realizou hoje. Soberbo! Só isto, por mim, valeu todo o jogo.

Imagem retirada do site d'O Jogo.

Confesso que não consegui acompanhar toda a 1ª parte mas, do pouco que consegui ver e aquilo que fui ouvindo no relato, parece-me que foi tudo muito morno. Quiçá "congelados" pela temperatura fresquinha de Borisov, os nossos jogadores sentiam dificuldades em ligar jogadas, provocar desequilibrios, frente a um adversário que parecia apenas querer evitar repetir a goleada da 1ª volta. Embora tenhamos, sensivelmente a partir dos 25', "estacionado" no meio campo advsersário, esacassearam as oportunidades de golo (o nosso primeiro remate, que não foi á baliza, foi aos 34') e o nulo ao intervalo premiava o a táctica de contenção do BATE e a nossa incapacidade de provocar desequilíbrios no último terço do campo.

A 2ª parte foi bastante diferente, principalmente pela capacidade da nossa linha média de pressionar mais à frente, aproximando-se mais da linha ofensiva, oferecendo linhas de passe por dentro, que obrigavam os bielorussos a cometer mais erros. Com Herrera absolutamente endiabrado, Óliver sempre agressivo nas recuperações e inteligente na leitura ofensiva, e Casemiro a "varrer" tudo cá atrás foi sem surpresa que conseguimos chegar mais vezes perto da área contrária. O golaço de Herrera abriu as hostilidades, perto dos 10' da 2ª parte, e teve o condão de obrigar a equipa contrária a abrir mais espaços. O 2º golo, de Jackson (após primoroso trabalho e assistência de Herrera), decidiu o jogo.  De forma atabalhoada, o BATE tentava chegar mais à frente, permitindo-nos inúmeras recuperações de bola e consequentes contra-ataques que deixavam a defensiva contrária em "frangalhos". O último golo, de Tello, foi o corolário de uma 2ª parte de nível de Champions: segurança e eficácia de um nível a roçar a perfeição.

Sigamos para las notas.


(+) Positivo

Herrera - De forma incontestável, o MVP. Eu próprio devo confessar que este homem já me tirou do sério uma ou outra vez. Mas a verdade é que o mexicano tem dado provas de crescimento, melhora de jogo para jogo, e vem provando que é capaz de ser um elemento fundamental para o equilíbrio do nosso meio-campo. Herrera corre quilómetros, tanto em apoio ao ataque como em funções defensivas. Neste momento erra muito menos passes e, melhor ainda, é capaz de efectuar aberturas primorosas com um à-vontade desarmante. Hoje, marcou um golaço, num movimento que raramente vemos jogadores nossos arriscar (e com sucesso), num remate portentoso, cruzado, a resultar num tento de belo efeito. Mas as assistências então foram sulbimes. Na primeira, uma demonstração de técnica individual, na forma como fez a recepção de bola, temporizou e virou simples para Jackson. Na segunda, um passe "a la Xavi", a rasgar completamente a defensiva contrária, apanhando Tello no momento perfeito da veloz diagonal que desenhou a partir do flanco direito. Herrera está em grande. Herrera, o tal "feio", "orelhudo", "tacticamente pouco inteligente", "picareta", "mau jogador", demonstrou hoje que, no futebol, não há verdades absolutas nem são justos os "julgamentos sumários" que se fazem aos jogadores. Ainda tem muito por onde melhorar, mas acredito que tem a mentalidade certa (e a orientação técnica adequada) para o fazer. Parabéns!

Casemiro - Outro jogador bastante criticado desde o início, que vem demonstrando francas melhorias. Neste momento aquela linha mais recuada do meio-campo é toda dele. Parece mais rápido, mais controlado nos confrontos físicos, inteligente na forma como protege a bola e ganha faltas quando precisamos de "respirar" e um verdadeiro organizador de jogo, de cada vez que baixa para receber a bola dos centrais.

Indi/Marcano - Há um lance na 2ª parte em que somos apanhados em contra-pé, e a forma como Indi e Marcano abordam o lance, sem se desposicionarem, obrigando o avançado a ir lateralizando o movimento, deixando-o à mercê dum desarme simples, e dando tempo a Danilo de ajudar a fechar, deixou-me estranhamente descansado. São portentos de jogadores? Não, longe disso. Mas cometem poucos erros, e dão-me uma sensação maior de segurança do que qualquer outra "dupla" até agora. 

Óliver - Uma carraça em busca da bola; um génio na forma como dá linha de passe e toma, quase sempre as melhores decisões. Jogadorzaço este piqueno! Fazemos uma "baquinha" para comprar o rapaz no final da época?

Nível de Champions - Exibição sólida, eficácia tremenda, vitória incontestável. Na Champions não há espaço para contemplações, não há meias-vitórias - joga-se, ganha-se, period.




(-) Negativo

Quaresma - Não quero que pareça que estou sempre a bater no rapaz (até porque hoje é uma meia critica). Quando colocado a jogar desde início, raramente vemos o melhor Quaresma. É um facto! Não é perseguição nenhuma! Hoje tivemos mais uma demonstração desta versão Quaresma 90', menos fulgurante do que a versão Quaresma 20 ou 25'. É preciso arriscar, concedo isso, e Quaresma é um jogador de riscos. Mas arriscar remates de pé esquerdo, com um defesa mesmo ao lado, ainda longe da baliza, com colegas melhor posicionados talvez seja de mais, não? Se a isso juntarmos que quase nenhum cruzamento saiu em condições, conclui-se que o nosso "ciganito" teve uma noite não. E Tello, em bem menos tempo, fez bastante mais...

Fabiano - Tenho elogiado o trabalho que a equipa técnica tem feita com o brasileiro, como se constata na melhoria do jogo de pés. Hoje não gostei de o ver a facilitar, por duas vezes. Num jogo mais do que controlado, poderia ter dado origem a calafrios que tantas amarguras nos têm trazido nos tempos mais recentes. Olha para o Marcano caro Fabiano, e quando vires que estás apertado, "chuta para onde estiveres virado".

BATE - Não serve como justificação para nada, porque nada retira mérito a nova vitória na Champions, mas esta equipa é, sejamos justos, fraquita. Inoperante em termos ofensivos, limitada técnica e tacticamente, com um nível muito abaixo daquilo que se pode esperar numa competição desta envergadura. Não facilitámos um milimetro que fosse, o que foi óptimo e diz muito do espírito competitivo da nossa equipa (e Deus sabe que esta época, uma equipa que joga de xadrez e que talvez seja um tudo ou nada mais fraca do que o BATE já nos deixou a 0), mas constato só o facto de termos defrontado uma equipa com demasiadas limitações. 


E aí está -  5º jogo, 4ª vitória, 13 pontos e 1º lugar do grupo garantido, após a derrota do fraquíssimo Shakhtar contra o fraquíssimo Athletic. Mais 1M€ no bolso, e a certeza de que na última ronda podemos aproveitar para dar minutos de jogo a rapazes que ainda não tiveram oportunidade nesta competição. A certeza de também estarmos sólidos, funcionarmos cada vez mais como um colectivo e aquela esperança de finalmente encetarmos uma série de jogos com vitórias e exibições que não deixem sequer espaço para dúvidas.

Termino com uma observação, que acho pertinente e honesta. O BATE é fraquito, mas também o eram o Artmedia, que nos limpou o sebo na era Adriaanse, o APOEL, que conseguiu anular o "futebol tacticamente perfeito do recém-promovido Mestre da Táctica II/Conselheiro de Guardiola", Vítor Pereira, ou até o Wrexham, Molde ou Anderlecht. Convém não esquecer que outros treinadores, tão amados pela nossa exigente massa adepta, com plantéis igualmente bons, cheios de soluções e muito superiores a alguns destes adversários, tombaram com estrondo. Depois duma época de recordes negativos, convém começar a dar algum mérito ao Julen por estes resultados. É que desconfio que o rapaz já não estaria por cá, tivessem os resultados dele nestes jogos sido semelhantes aos de outros.

domingo, 16 de novembro de 2014

Curtas sobre as Selecções e ... Adrián Lopez

Começo com uma crítica: vamos em Novembro e já é a 3ª paragem para jogos de qualificação/jogos para ajudar as Federações de Futebol a encher os bolsos. Não faz sentido nenhum. Nenhum!
Neste sempre aborrecido interregno nas competições internas, valem-nos as sempre espirituosas tiradas do nosso querido Vale e Azevedo verde e branco (vénia ao Miguel Lima) e as histórias fascinantes dos Davids que teimam em "derrubar" os Golias deste Mundo, como aconteceu nas inesperadas vitórias das Ilhas Faroé e do Liechtenstein fora de portas, frente a Grécia e Moldávia respectivamente. 
Aliás, esta jornada da Qualificação para o Europeu 2016 trouxe-nos duas "chicotadas", de Ranieri (Grécia) e Advocaat (Sérvia). O que continuo sem compreender: como é possível Ranieri continuar a ter trabalho?
Quanto ao jogo da Equipa das Quinas, algumas ideias a reter:

Fernando Santos -  se fosse basco e se chamasse Lopetegui estaria tramado por esta altura. Então esse atrevido anda a experimentar diferentes esquemas tácticos dependendo do adversário que temos pela frente? Então esse malandro só ganha por 1-0 a duas selecções que estão 2 e 4 degraus abaixo de nós em termos de qualidade técnica e táctica? Então esse doido varrido mete Bosingwas, Quaresmas, Carvalhos e Tiagos a jogar, depois dos problemas disciplinares "gravíssimos" que estes trouxeram e sai impune?
Nota: Adoro Fernando Santos, atenção! Mas não deixa de ser curioso como as fasquias vão variando consoante as latitudes...

Bosingwa - com 50 anos, dois neurónios e perdido no competitivo campeonato turco, o "Zé" consegue ter mais qualidade que Cédric, A.Almeida e João Pereira todos juntos. 

Ricardo Carvalho -  O Melhor Defesa Central português desta e de muitas outras gerações. Tive a honra de o ver jogar de azul e branco. Serão precisas muitas "Academias" e "projectos 611" para que se possa voltar a produzir um Central assim. Não há discussão! 

Ronaldo - Admiro a capacidade de trabalho deste monstro. Os recordes que vai batendo semanalmente são de extraterrestre. Do jogo de ontem retiro: 3 livres em condições bastante favoráveis, todos contra a barreira. Bra-vo!

João Moutinho - Que saudades... Que saudades...

Quaresma - Já o tinha dito numa crónica anterior dum jogo nosso: Quaresma, neste momento, é extremamente valioso como "arma secreta", saindo do banco quando o jogo pede algo mais. Não se perde em "pegas" desnecessárias, não deixa que o peso do cansaço lhe tolde a capacidade de criar lances que só ele consegue criar e, caramba, que treinador não gosta de ter uma "arma" destas à sua disposição? Como diz o meu amigo Jorge Vassalo na sua casa"Olha e tu queres ver que, se calhar, mas só mesmo se calhar, até pode ter sido Lopetegui a ensinar o Quaresma a valorizar o papel de ser importante naquilo que ele pode realmente ser importante e contribuir decisivamente? Não! Se calhar isso já deve ser abusar um bocado!". Sublinho isto, palavra por palavra.

Postiga e Eder - Oh pá, mas o Bock não pode ser chamado?

Mkhitaryan - Que Jo-ga-dor! Direitinho das mãos de Lucescu e Klöpp. Será cerca de 60% da equipa da Arménia. 

Entretanto, por outras bandas, Brahimi continua a espalhar magia, o que me deixa com um certo aperto no coração. Desejo-lhe o melhor do Mundo, mas seria tãããão bom se a Argélia não se qualificasse para a CAN... 
Brahimi marcava na mesma em todos os jogos, mas perdiam sempre, que era para o nosso mês de Janeiro e parte de Fevereiro serem mais tranquilos. Cada vez mais me convenço que vai ser muito difícil termos o nosso genial jogador de azul e branco na época que aí vem. Já aconteceu antes com outros, bem sei, mas custa sempre tanto!

Entretanto, por cá, aprecio este hábito de realizar jogos treino sempre que temos paragem competitiva. Faz bem a quem fica. Desta feita o teste foi frente ao Arouca e Adrián foi mesmo figura de destaque, por 3 motivos:

- marcou,
- bisou,
- marcou um golo de penalty.

Sublinho também o facto de termos conseguido, mais uma vez, dar a volta a um resultado negativo. Não me alongarei muito sobre estes factos, até porque a informação sobre o jogo treino é escassa. Mas não resisto a partilhar, de novo, o fantástico artigo do amigo Jorge Vassalo, o qual subscrevo a 200%. 

Adrián, "rai'smafodam", ainda vai ter oportunidade de silenciar muito boa gente.

P.S.: As minhas sinceras desculpas pelos "problemas" de formatação. Depois de muito vernáculo e de duas ameaças de o atirar pela janela fora, decidi que a culpa é definitivamente minha e não do meu computador...

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Para descontrair...

Saudadinhas destes dois. Principalmente daquele menino à esquerda!


E a qualidade do português de Mangala?

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Estoril vs F.C.Porto

Não será novidade para ninguém, mas confesso que gosto de Lopetegui. Porque sim. E ainda me dá mais gozo gostar de Lopetegui quando o vejo ser saco de pancada um pouco por todo o lado; admiro que (até agora) vá resistindo firmemente à vergonhosa perseguição que lhe tem sido montada, quer pela CS, quer pelos adeptos (?) do próprio clube. Mas devo confessar que no passado Domingo o MEU treinador me desiludiu. MEU treinador, leram bem, porque é MEU quando ganha de forma categórica em Bilbao, da mesma forma que é MEU quando perde em casa com Sporting ou perde pontos no Estoril. 


Depois de uma fase de crescendo exibicional, muito à custa da estabilização do meio-campo com Casemiro, Herrera e Óliver/Quintero, surpreendeu Julen ao colocar Adrian no apoio a Jackson, num 4-4-2 que, na prática, evoluía para um 4-2-4, bem largo mas com falta de poder de pressão e recuperação rápida da bola. O Estoril é uma equipa mediana, orientada por um treinador mediano, mas já se sabe que é com um recuar das linhas e povoamento do corredor central que este tipo de equipas nos tenta resistir; foi precisamente por aí, na minha óptica, que acabamos por não ter o controlo absoluto das operações. Acredito que a ideia fosse ter Adrian ou Jackson a recuar um pouco e funcionar como ponto de ligação entre meio-campo e ataque, permitindo assim chamar jogadores do Estoril para a zona central, libertando Quaresma, Brahimi, Danilo e Alex. Mas o que se viu foi que os dois avançados pareciam estar a ver-se pela primeira vez, sem saber muito bem que espaços ocupar nem definir bem as jogadas. Aqui, batam-me (!) sobressairam pela negativa Jackson, sem bola e Adrián, com bola. 

De qualquer forma, foi um F.C.Porto dominador que esteve em campo, e só no período pós-golo se viu algum vislumbre da equipa contrária. Havia, por exemplo, quem pensasse que tínhamos ido sem guarda-redes, tamanho o tempo que passeávamos no meio campo ofensivo. Obviamente que, como sempre tem acontecido, as equipas que jogam contra nós têm um aproveitamento absolutamente esmagador das raras jogadas de ataque que conseguem organizar, e a injustiça do 1-1 ao intervalo talvez castigasse em demasia um período de 10 minutos de perda de controlo das operações. 

Pensei mesmo que o meu caro Lopetegui fosse resgatar Oliver ou Quintero do banco, procurando dar algum suporte a Herrera e Casemiro nos momentos de posse, e dar mais algum trabalho ao duplo-pivot montado por Couceiro para tapar a zona central. Para meu espanto, não se vislumbrou qualquer alteração ao intervalo, e prosseguimos até aos 60' com um duo avançado a atrapalhar-se mutuamente, e com um jogo extremamente ofensivo mas, quiçá, demasiado lateralizado. Ainda assim, nesta altura, Maicon e Indi jogavam na linha de meio-campo, estando todos os 11 jogadores do Estoril remetidos para uns 30, 40m de terreno. Foi um período dum sufoco incrível! Conseguíamos furar o bloco, conseguíamos espaço para cruzar, mas o desacerto nos cruzamentos ou a inenarrável hesitação na hora de desferir um filho-da-puta-dum-pontapé-que-furasse-as-putas-das-redes-e-que-rebentasse-com-as-mãos-do-Kieszeck-pelo-caminho foram deixando o resultado na mesma. Lopetegui mexeu, desta feita mal, retirando Casemiro e recuando Herrera para jogar ao lado de Quintero. Perdeu-se assim a nossa melhor referência posicional (Casemiro), obrigou-se Herrera a fazer o que (ainda) não domina (Bom posicionamento, sobretudo, defensivo), e Quintero viu-se obrigado a "pegar" no jogo demasiado de trás. No ataque, o mal-amado (e desinspirado) Adrián deu lugar a Jackson. Num período de adaptação ao novo meio campo, o Estoril conseguiu sair por duas vezes do seu meio campo (a sério, duas vezes durante 45 minutos...); como sempre acontece nos jogos contra o Porto, da 2ª vez, o 1º remate à baliza de Fabiano durante a 2ª parte deu origem a uma grande penalidade (para mim, clara) que Tozé converteu num impensável, injusto, exasperante 2-1. Até ao fim, tivemos ainda Óliver em campo (para o lugar dum central) e arriscou-se tudo o que havia e não havia na tentativa de salvar, pelo menos, um ponto. Tal foi conseguido, fruto do físico de Aboubakar e da genialidade de Óliver (e duma vista grossa sobre um penalty escandaloso - mais um - que não foi marcado a nosso favor).

No final, Kieszeck fez a defesa da sua vida, impedindo Jackson de dar justiça ao marcador. E aposto convosco que esse cabrão desse guarda-redes não volta a fazer uma defesa daquelas na vida, a não ser que seja contra o Porto. O que quiserem.

Let's go to the notes:

(+) Positivo

Casemiro e Herrera - entendem-se bem estes dois. Embora reféns do elemento criativo da ordem (Óliver, Quintero ou Evandro - suspiro!) foram chegando para as encomendas. Gostei de os ver a baixar, à vez, para iniciarem a construção, e de os ver a pressionar, cortar, ou dar umas traulitadas nas canelas adversárias sem grande azo a hesitações. São os indiscutíveis - neste momento, atente-se - do nosso meio-campo, muito por culpa da forma como têm vindo a entender-se.

Aboubakar - Há qualquer coisa neste rapaz que me faz acreditar SEMPRE que com ele em campo vamos conseguir marcar. Ou que vai conseguir enfiar bola, defesa e guarda-redes dentro da baliza num qualquer remate, ao mesmo tempo que segura dois adversários debaixo dos braços. Entendeu-se melhor com Jackson do que Adrián e a capacidade de combate deste gigante valeu-nos meio-golo.

Óliver - Classe, pura classe. Ter a frieza de marcar um golo (depois duma mão do adversário, que deu para ver da Lua), com aquela tranquilidade e facilidade não é para qualquer um. Depois, ir a correr buscar o esférico para se conseguir marcar outro golo é dum jogador "à Porto". Gosto deste miúdo! 

Equipa que nunca desiste - Há coisa de meio ano atrás, perdíamos uma meia final da Taça, depois de estar em vantagem, jogando contra 10 durante uma enormidade de tempo. Perdemos de forma inapelável em Sevilha, sem sequer um esboço de reacção, depois de levarmos uma vantagem de 1 golo de casa. Este ano, já vamos no segundo empate obtido no limite... Duma coisa os rapazes (e Julen) não podem ser acusados: falta de atitude competitiva.


(-) Negativo

Julen - Mal na abordagem à partida, do ponto de vista táctico, e mal a mexer nas peças durante o jogo. Julen teve um jogo para esquecer. Critico-o, porque merece, da mesma forma que o elogiei quando fez por isso. Acredito que a ideia fosse muito boa, ao obrigar a equipa adversária a levar com Jackson e outro avançado móvel em cima, mas a falta de entendimento entre os avançados foi demasiado má para que pudesse resultar. Quando ainda tinha tempo de corrigir, mexeu mal, coisa que raramente faz... Gosto da postura de Julen (a sério que gosto), sempre muito confiante nas suas escolhas e decisões, não permitindo veleidades a quem gosta de colocar TUDO (até a forma como respira), em causa. Mas mexer num sistema que estava a ganhar força, dinâmica, entrosamento foi já algo a roçar a teimosia e, por conseguinte, pouca inteligência. Não fez sentido mudar, não resultou, e lá se foram 2 pontos... Assim, caro Julen, pões-te um bocado "a jeito" dos críticos! 
Nota: Ainda assim, continuo a achar que dominámos o jogo de forma tão clara que é anedótico que tenhamos saído com um empate da Amoreira.

Maicon - Jogada do 1º golo do Estoril: a defesa sobe de forma desorganizada e deixamos Emidio Rafael em jogo; toda a gente desata a correr para trás, na tentativa de cortar linhas de passe (com sucesso), esperando que Maicon faça a contenção, e obrigue o Emídio a rematar de ângulo apertado, ou a tentar um cruzamento quase impossível para o meio do barulho. O que faz Maicon? Entra de carrinho (não se sabe bem sobre quem), dá tempo a Emídio de parar, pensar, tomar um café, e escolher para quem passar a bola. 5 épocas depois da sua chegada, continuamos à espera do Maicon-patrão-da-defesa-em-todas-as-pré-épocas-e-nas-4-primeiras-jornadas. Nunca aparece! Onde anda Reyes?

Adrián - Bom sem bola e fraco com ela. Demasiado hesitante. Muito pouco "intenso". Passa a ideia dum homem que está marcado á nascença para morrer, enforcado, em praça pública, e que quando lhe dão a oportunidade de fugir, prefere ficar dentro da sua cela, a escrever cartas à sua amada, afundado na mais profunda depressão. Tenho-o defendido com unhas e dentes mas... fica dificil. Ainda assim, gostava que dessem uma vista de olhos ao fantástico artigo do nosso amigo Jorge Vassalo. Adrián é dos meus, e vou estar com ele até ao fim (tal como o Jorge e mais meia dúzia de portistas).

Fabiano e as suas saídas, vá, estúpidas - Naquilo que Fabiano mais nos assustava, jogo de pés, tem tido uma evolução notável. (Claro que, importa dizer, essa evolução em nada se deve ao trabalho do treinador... Fabiano tem andado a treinar passes contra uma parede, em casa). Nas saídas da baliza, tem paragens cerebrais. E se nas bolas aéreas, a envergadura e poder físico vão fazendo com que consiga socar a bola e derrubar 3 colegas de equipa e 2 adversários no mesmo movimento, nas bolas em profundidade a coisa fica complicada. Já em Alvalade a sua saída da baliza foi, vá, estúpida e custou-nos um golo. Desta feita não foi diferente... Parecia um Elefante a "correr" em direcção a uma Lebre, que corria como se fosse perseguida por um Jacaré. Ainda Fabiano lançava o seu ar esgazeado à sua presa e já o meu estômago se contorcia! 

Quaresma - Roubar a bola aos colegas para marcar os cantos e os livres todos (sem qualquer resultado...). Começar a entrar em picardias com todos os adversários que lhe apareçam à frente. protestar com ar ameaçador toda e qualquer decisão do árbitro, pondo-se a jeito para cartões. O "velho" Quaresma de volta! Se conseguirem demonstrar o que de positivo podemos retirar desta atitude, força, carreguem nessa caixa de comentários.



2 pontos perdidos. Ponto final.

Sendo verdade que a exibição foi mais esforçada do que conseguida, não deixa de ser verdade que tudo fizemos (e só nós fizemos), para sair do Estoril com os 3 pontos. Arrisco-me a dizer que, num dia normal do Estoril (sem aquela eficácia ofensiva a roçar os 100%) teríamos ganho 3-0, facilmente. Mais do dobro dos ataques, dos remates, de situações de golo e quase o dobro da posse de bola deveriam ter chegado para as encomendas. Não chegaram... (E olhem que  no Domingo juro que vi quem tenha feito bem menos, tenha jogado bastante pior e mesmo assim tenha ganho). Sonho com o dia, em que também nós vamos poder jogar mal e porcamente e, ainda assim, ganhar. Também sonho com o dia em que todos os adversários, para além do Braga, se lembrem de jogar com tanto ímpeto, tanta vontade e tanta eficácia ofensiva contra os nossos rivais.  

Que Julen passe esta paragem para Selecções a pensar bem sobre as suas responsabilidades neste "desaire". Que se contrate uma psicóloga loira e boazona para cuidar de Adrián. Que se trabalhe até à exaustão aquele 4-3-3 e todas as possíveis combinações de meio-campo. Que ninguém se lesione nas selecções. Que se ponha Indi a dar porrada no Maicon de cada vez que lhe para o cérebro. 

Que se chegue ao jogo com o Benfica em novo crescendo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Frustração dos "Laterais Esquerdos" deste Mundo

Confesso, que gostava bastante do blog Lateral Esquerdo até há poucos meses. Aliás comecei por ir ao Posse de Bola há já alguns anos mas entretanto acabou por fechar no mês passado. Era um sitio onde se falava de futebol jogado. O meu futebol. Tácticas, posicionamentos ou até quem era realmente determinante no jogo X, ao invés de passar horas a discutir aquele lance ou aquela jogada em que o árbitro Y foi larápio. Mas de algum tempo a esta parte existe uma certa arrogância na forma de ver o jogo que me fez afastar e deixar para trás uma página que seguia com bastante frequência e prazer. Há fenómenos na natureza humana que às vezes não compreendo. Se o típico adepto de futebol é cego em relação à sua equipa (e isso por vezes faz-me não ter paciência para alguns portistas...), este espaço deveria ser acima de tudo educativo. Porque eles sabem a teoria do jogo e como tal podiam mostrar ao adepto comum que o jogo vai muito para além das decisões do árbitro, do jogador que finta muitos adversários e de meter mais avançados na área para ganhar um jogo. Mas o que têm feito por lá? Bater constantemente em 3 jogadores do nosso clube de uma forma incessante. Quaresma, Herrera e Indi. 


Quaresma sempre foi um jogador que me causou mixed feelings, mesmo aquando da sua primeira passagem. Sabia que podia confiar nele para resolver um jogo numa trivela de génio, mas sempre fui mais adepto de Lucho ou Lisandro Lopez, principalmente pela atitude deixada em campo ou pela inteligência no seu jogo (Por exemplo, sempre me fez muita confusão o "Licha" não ter ido para um grande euroepeu. Foi dos avançados mais inteligentes de que me lembro, mas adiante...) O mustang nunca foi um jogador de equilibrios ou de procurar ajudar a equipa defensivamente. Sempre foi um jogador de "passa para cá a bola que eu tento resolver isto sozinho". A mim sempre me causou alguma urticária a sua atitude com o jogo. Não tanto o querer decidir, mas sim o ar gingão com que encolhia os ombros quando alguém o chamava à atenção, era esse ar de indiferença que transparecia para fora que me deixava de cabelos em pé. E se grande parte das vezes (principalmente agora que está mais velhinho) as coisas não saem bem quando procura a jogada individual, há sempre aquela possibilidade de um jogo ficar resolvido assim. Numa jogada, que para o Administradores do Lateral Esquerdo, é egoísta. Mas ver estas ultimas aparições de Quaresma, a defender e a preocupar-se com espaços vazios, e a receber, passa um adversário e espera pelo apoio para passar, deve estar a por aquela malta em brasa. 


A mesma coisa com o desgraçado do Herrera. Vocês até sabem o que eu "bati" no mexicano. Mas ao contrário deles, não tenho qualquer problema em reconhecer a importância de Herrera neste momento na nossa equipa. É horrível a sua percepção de sentido táctico? Sim. Os seus pés por vezes assemelham-se a duas bigornas? Por vezes sim. Mas a verdade é que está a ser um elemento determinante no onze de Lopetegui esta época. É o elemento de equilibrio, o "carregador de piano" e o patinho feio desta equipa. No Lateral Esquerdo até dedicaram um vídeo inteiro a gozar com ele. Isto tudo só para não dizerem que o rapaz até tem surpreendido. Mas claro, os entendidos de futebol não podem dar o braço a torcer...


E por ultimo Martins Indi. É um jogador com algumas limitações. Mas Mangala também o era. Vitor Pereira viu isso e adaptou-se. Lopetegui certamente também verá, mas desta vez não tem um Otamendi do outro lado... O Holandês é um jogador muito ciente das suas limitações e procura jogar curto, prático e sem complicar. No capitulo do passe não inventa. Não o vão ver a fazer um passe de 40 metros, com a delicadeza de quem coloca gentilmente a chuteira por baixo da bola para esta sair num movimento longo mas delicado até ao extremo direito na outra ponta, que consegue receber sem dificuldades tal a qualidade técnica de Indi. Não me parece também que o Holandês seja muito bom a perceber o jogo nas suas costas, onde procura sempre garantir coberturas impossibilitando assim a defesa em linha ou o controlo de espaço nas costas. Mas comprometeu de forma óbvia a equipa em algum jogo?

Amigos, o futebol tem muita lógica. Há coisas que de facto não são para o adepto comum. A qualidade na decisão, a inteligência táctica, aquele treinador que substitui um extremo para meter um médio quando está a perder, ou se o modelo de jogo é adequado para os jogadores em questão. Mas o futebol não é uma ciência exacta. Não é, nem nunca vai ser. E é por isso que este estúpido jogo é tão emocionante. É por isso que o Manchester United virou uma final europeia num minuto. É por isso que Ronaldo (o verdadeiro) se calhar não tomou a decisão correcta ao não passar a um qualquer colega quando marcou este célebre golo ao Compostela (até estava a aparecer do lado direito um jogador mais enquadrado com a baliza...). No futebol, há uma série de equações necessárias para tomar vários tipos de decisões para atingir o sucesso. Mas não é matemática malta. E não há nenhum problema nisso! Tal como critico os programas desportivos que passam HOOOOORAS a falar do filha da mãe do penalty que o árbitro não marcou, critico esta malta que, atenção sabe de futebol, mas torna isso em arrogância quando a realidade vai contra a lógica deles. 

Just enjoy this beautiful game, guys!  

PS: Para não dizerem que sou estou a mandar vir por ser só com o Porto, lá pelo Lateral Esquerdo também se tem malhado no Sálvio, por ser muito cabeça no chão e "correr, correr, correr" e decidir muitas vezes mal. Ou com o Tiago (the player formerly known as Bébé) e a sua forma de jogar o jogo. Ou com o Slimani por ser um jogador mais de área e não tanto de baixar e tabelar com colegas... Mas se fossem completos e perfeitos em todas as acções de jogo não estavam cá certamente.  

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Athletic Bilbao vs Porto

Mais um dia. Mais uma alegria. Mais uma vitória. E terá sido provavelmente o melhor jogo do Porto esta época. Talvez não na qualidade do futebol jogado mas como equipa, em organização, em espirito de sacrifício e em entrega. Maicon e Óliver eram titulares num jogo que prometia ser combativo dadas as condições do relvado no San Mamés. E foi um Porto mandão durante toda a primeira parte. Mais qualidade na troca de bola, mais segurança e mais um par de oportunidades desperdiçadas por Jackson. E mais um penalty falhado... 


Era uma injustiça tremenda chegar ao intervalo com 0-0. Fabiano nem suou, e o Athletic o mais perto que chegou da nossa baliza foi num cabeceamento que saiu pela... linha lateral. A segunda parte começava e o Athletic com duas mexidas conseguiu equilibrar a coisa, até que Brahimi em mais um momento de génio, foi pondo adversários no bolso e cruza para Jackson marcar o primeiro. Impressionante a cavalgada do argelino em modo "Epá que chaaaaatos, deixem nos lá marcar um golo". 1-0 mais que merecido, seguido pouco tempo depois de uma oferta basca, a fazer lembrar alguns golos sofridos no ano passado, que dava a Brahimi o segundo golo do jogo. 2-0 e a vitória parecia certa. Até ao final o mais perto que o Athletic chegou da nossa baliza foi num cabeceamento que ganhou um efeito esquisito e acabou por ao poste da baliza de Fabiano. Apuramento garantido com dois jogos por jogar e quase 18 Milhões garantidos. Onde andam os "profetas da desgraça"? 

(+) Positivo

Trio de meio-campo - CA JOGATANA MALTA! Casemiro a limpar (sem dispensar a habitual trolitada numa canela adversária), Herrera com o pulmão do costume e alguns passes muito interessantes (estás a dar tudo para me calar a boca, não estás Héctor? Na boa, continua!) e Óliver é mais completo que Quintero para jogos deste tipo. Foi o primeiro jogo em que senti haver realmente entendimento, equilibrios, compensações e muita vontade. Parece ser esta o trio certo para os jogos a sério. Talvez Quintero para jogos em casa muito fechados, mas SEMPRE com Casemiro e Herrera.

Brahimi - O "abre-latas" azul e branco. Aquela jogada é de classe mundial meus caros. São jogadas como aquela que me fazem acreditar que este mago vai cá estar muito pouco tempo... Esperemos que não carago! Ah, é também, depois de Deco, Quaresma e Hulk (por ordem cronológica) o saco de porrada dos adversários. Dass, que até irrita às vezes.

Jackson - Falhou duas ou três oportunidades de golo que não devia, mas a quantidade de porradinha que levou e a quantidade de bolas (ou melhor mísseis) lançadas desde a defesa que dominou, segurou, aguentando as cargas de Laporte e Gurpegui, para dar a um companheiro foi absurda. Grande exibição do capitão apesar do penalty falhado. 


(-) Negativo

Alex Sandro - Está a precisar de parar um joguinho, ir até à praia, beber uma caipirinha, almoçar uma picanha e... GANHAR JUIZO! José Angel merece a titularidade na Amoreira.

Jackson e os penaltys - Num lance que até me parece nem ser penalty (podem-me insultar na caixa de comentários mas aqueles lances são... meh) o capitão colombiano desperdiçou, YET AGAIN, uma grande penalidade. A qualidade técnica está toda lá mas parece faltar capacidade mental para aquele momento. Em conversa com o Z ontem dizia que Maicon (puxando da biqueira para assassinar guarda-redes) ou Danilo (com mais qualidade técnica) deviam ser os mais fortes candidatos a bater as grandes penalidades. 

Relvado do San Mamés - Ridículo para um jogo de Champions. Só isso. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Rotatividade a sério


O jornal a Marca publicou isto hoje. Destaque para a adaptação de Alex Sandro a médio anterior e presença do avançado... Aboukabar (ah vou cavar?!) no nosso onze.

Que maravilha.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Antevisão - Athletic vs Porto - Champions

Amanhã, em Bilbao, espera-nos um sempre infernal ambiente, que ajuda a "empurrar" qualquer equipa, independentemente de passar uma fase menos boa. Nestas alturas, e no contexto da Champions ou Taça UEFA, recordo alguns jogos em locais semelhantes (Istambul, Atenas, Marselha, Milão, Manchester) e o coração enche-se de esperança. Aquele recital de Quaresma e Hulk contra o Besiktas, ou o sangue frio e espírito de combate da equipa de 02/03 em pleno Apostolos Nikolaidis invadem-me o espírito e inebriam-me os sentidos. Acredito sempre nos meus (nossos) rapazes e acredito sempre (mesmo que estejam a perder por 5-0 em Londres frente ao Arsenal) que vão conseguir ter a agressividade e resistência dum comando, a destreza e criatividade dos magos, a força mental dum samurai. Que vão conseguir transformar um 3-0 num 4-3, com apenas 20 minutos para jogar. Que vão conseguir virar um jogo do avesso mesmo a jogar com juniores. Que vão conseguir transformar água em vinho (ou vice-versa).

Não se trata dum jogo decisivo porque, felizmente, temos feito um excelente trabalho nesta edição da Champions, mas é uma óptima oportunidade para, de uma vez por todas, esta equipa conseguir afastar algumas das críticas que um sem número de abutres (internos e externos) teima em apontar-lhe. 

Para que finalmente seja reconhecida alguma qualidade e mérito a uma equipa que tanto tem lutado e feito por merecer. 

Para arrumar duma vez por todas, e inapelavelmente, com o apuramento (mais um, mais um...) para a próxima fase da competição. 

E para que vá conseguindo evoluir, como até agora tem feito, numa base de vitórias. 

Porque se até agora tanto se tem dito, escrito, redito e reescrito (polidito e poliescrito) sobre uma equipa que vai em 2º do campeonato (com os "factores estranhos" que temos visto repetir-se ao longo das jornadas, quer por aqui, quer por outras bandas) e em 1º da Champions (num grupo fraquito, claro está!), somando um total de ZERO derrotas nas duas competições, imaginem se tivéssemos feito uma "magnífica" exibição seguida de "justíssima" vitória como a dos nossos compatriotas que hoje se exibiram frente ao poderoso Mónaco! Imaginem só o que não se "cascaria" por esse Portugal fora nas opções do treinador, na qualidade da exibição ou naquele inenarrável (absolutamente inenarrável) penalty que 3 árbitros - inebriados do espírito conspirativo anti-tuga - não conseguiram vislumbrar.

Por isso, daqui do recentemente aberto café que fica por baixo da minha casa (onde já todos se encolhem quando me vêm entrar, para ocupar a primeira mesa logo em frente à TV), lá estarei, de punho cerrado e coração descompassado, a vibrar apaixonadamente e de forma (dizem) doentia, pelo MEU (NOSSO, CARAGO!) PORTO! 

P.S.: Jardel, voluntarioso como sempre, adivinhando que ia ser canto, tentou agarrar logo na bola para que o jogador monegasco o marcasse com a máxima brevidade! Não há caso pá!

Imagem "fanada" indecentemente do facebook do Lá Em Casa Mando Eu.

P.S.2: Já o tinha manifestado antes, no magnífico e novíssimo Porto Universal, do nosso amigo Jorge Vassalo: fiquei doente (muito doente, por sinal) por não poder comparecer no convívio de malta portista, e igualmente blogger ou seguidora de blogs também portistas, promovida pelo "Monstro" desta Bluegosfera, Dragão Vila Pouca. Lanço aqui um desafio, aos nossos habituais leitores, para que um destes dias se acompanhe num qualquer lado, antes, durante ou após uma bela refeição, um jogo do nosso F.C.Porto que nos seja difícil de acompanhar ao vivo. E caro v.a.s.c.o., o Alfa ou o Intercidades são veículos perfeitamente capazes de te colocar aqui em dois tempos (tempo e meio, no caso do primeiro).

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Porto vs Nacional da Madeira

Foi uma vitória justa mas que deu trabalho. Jogo inteligente da nossa parte com Quaresma, Óliver e Maicon de regresso ao 11. Jogo tipico de equipas de Manuel Machado com 11 jogadores atrás da bola (mais houvesse...) e aposta no contra-ataque. Danilo num lance de insistência fez o 1-0 aos 9 minutos e o jogo foi mais fácil a partir daí. Falou-se muito que o Porto facilitou e/ou quebrou de rendimento depois do golo mas é fácil perceber a razão; Quintero, Óliver, Brahimi e Quaresma estiveram em campo ao mesmo tempo e são jogadores que não garantem qualidade na pressão e no jogo sem bola. Se o pequenino Óliver ainda vai às divididas e sai a pressionar, não tem o pulmão de Herrera para ser box-to-box e vir atrás defender e transportar a bola para o ataque depois. Aliás neste jogo percebeu-se que Herrera é absolutamente fundamental no modelo de Lopetegui. O Porto foi controlando o jogo, passando alguns calafrios (aquela linha defensiva/controlo da profundidade ai, ai...) que assustaram mas não meteram medo. Alguns golos falhados, e algum nervosismo no meio-campo que Lopetegui logo corrigiu e mais um GRANDA GOLO do Brahimi! 2-0, segundo lugar na perseguição ao 1º lugar.   


(+) Positivo 

A melhoria da circulação de bola - Em velocidade e em qualidade. Houve momentos em que deu para ver trabalho nas movimentações sem bola, quando o portador da bola tencionava efectuar um passe, essa zona era "aberta" por nós através de movimentos sem bola. Mas claro foi tudo nos corredores laterais...

A obstipação do assobio - A distribuição de Imodium em formato de comunicação deu resultado. Gostei, mas claro. Ainda se ouviram uns quantos. 

Danilo - Mais um jogaço do brasileiro. Que intensidade brutal têm tido as suas exibições naquele corredor direito. E é fácil perceber que é imprescindível para Lopetegui. Mereceu o golo. Será o nº2 o jogador com mais espirito à Porto no plantel?

Brahimi - Citando o Freitas Lobo: CAGRANDAGOLO! GRANDE GOLO DO BRAHIMI! Fez-me lembrar um golo do Deco ao Maritimo há muitos anos. Vê se páras com isso Yacine! Assim só ficas cá um ano e nós nem tempo temos para te apreciar, rapaz! Vê o que os nosso adeptos têm que fazer  pela Internet fora para manter os adeptos/olheiros dos outros clubes longe daqui! (a sério, cliquem aqui porque vale mesmo a pena.)


(-) Negativo 

A transição defensiva - Irei abordar esta questão num post a sair em breve mas o posicionamento da nossa linha defensiva, ou melhor "linha defensiva" é bastante fraco. A (má) pressão feita a meio-campo pode ser compensada por uma linha defensiva bem posicionada e mais próxima do sector intermediário. Se melhorarmos esta questão estaremos muito perto da perfeição. 

As doacções de Posse ao adversário - Estamos nós instaladinhos no meio-campo adversário a fazer troca de bola boa, a gerir, a adormecer o adversário e PUUUUUM... passe previsível de 40 metros no corredor contrário (e mais exposto) e posse de bola para o adversário. Até quando?

A marcação de Maicon - Se isto fosse Football Manager não lhe dava mais de 11. Já no jogo com o Bilbao no golo sofrido me deu comichão, mas como a principal asneira tinha sido dividida entre o Herrera e o Casemiro, calei-me... Meu caro, caparro não é tudo. Quando o adversário vai para cima de ti e estás ao pele dele, aperta-os até o cérebro deles fizer blue screen. Parecer querer marcar com os olhos nos 1x1. Vamos lá ver isso chavalo!